Papo Político

1 – SENHORES E SENHORAS,
nestas últimas duas semanas em Rondonópolis, a política voltou a se movimentar fortemente visando as eleições de outubro deste ano. O estopim para a movimentação de todo o cenário político foi o ex-prefeito de Rondonópolis Percival Muniz ser destituído da presidência do PPS estadual, por articulação do governador Pedro Taques (PSDB), junto ao comando nacional do PPS. Como já citamos aqui na Coluna, o tapetão foi puxado porque ninguém dá chute em cachorro morto, pois Percival Muniz já preparava o campo para emplacar até mesmo uma candidatura a governador nestas eleições, ou num segundo projeto de senador, ou até mesmo de deputado estadual. Mas lembrando que em 2009, Muniz tinham este mesmo projeto dentro do PPS e não conseguiu decolar…

AO
que tudo indica, Percival Muniz poderá mesmo se filiar no PDT, partido que tem como pré-candidato a presidente da República o líder nacional do PDT Ciro Gomes. Além de tudo, caminharia ao quadro de hoje numa coligação de oposição a Taques com o PT, MDB, PHS, PR, PSB, PC do B, PHS. Muniz já estaria com esta aliança formada por partidos de oposição ao governador tucano, o qual poderia ser o candidato a governo, desde que Otaviano Pivetta (sem partido) e os outros líderes oposicionistas não queiram assumir a disputa. A estratégia já descoberta por Muniz, e que ele vem acreditando, é que diante do cenário da política nacional, com a esquerda prejudicada por escândalos, o ex-presidente Lula, que vem liderando supostas pesquisas, poderá apoiar Ciro Gomes. Tal apoio poderia fortalecer aqui em Mato Grosso nomes como do deputado federal Ságuas Moraes (PT) e o deputado estadual Zeca Viana (PDT), que passariam a ser nomes fortes também para as disputa majoritária.

MESMO
com todas estas articulações a nível de Estado, Percival Muniz ainda é desacreditado por uma parcela da classe política e até mesmo por membros do seu grupo. No entanto, o histórico de Muniz, principalmente em Rondonópolis que tem fama de exportadora de políticos eleitos, é de sucesso em suas articulações. Lembrado da trajetória política do atual Ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), este era um empresário que começava a se despontar no agronegócio, começou por influência e articulação de Muniz. E assim também foi com o atual deputado federal Adilton Sachetti, sem partido.

2 – DEPOIS
da destituição de Percival Muniz do PPS, já é certo que em Rondonópolis e região haverá a desfiliação em massa da sigla. O que parecia preocupação era a situação dos vereadores Fábio Cardozo e Thiago Muniz, os quais foram eleitos pelo PPS e sempre acompanharam Muniz na política, até mesmo porque, o vereador Thiago é primo do ex-prefeito. No entanto, o que se comenta nos bastidores é que já existem estratégias e soluções jurídicas para que ambos deixem do PPS sem a perda do mandato. Atualmente, pelo que o Colunista foi informado e já revelou aqui na Coluna, Thiago Muniz é cotado pelo grupo a encabeçar uma candidatura a deputado estadual em Rondonópolis e num partido liderado pela oposição não teria sucesso no projeto. O nome do vereador Fábio Cardozo também é citado nas discussões. Uma das estratégias para a troca de partido dos dois vereadores pode estar embasada no que ocorreu com a deputada estadual Janaína Riva em 2015, que, com autorização da Justiça Eleitoral, deixou o Partido Social Democrático (PSD) sem perder seu mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A autorização partiu do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que deferiu pedido feito pela parlamentar para desfiliar-se do PSD por justa causa, em razão de mudança programática do partido – que passou a integrar a base do governo de Pedro Taques (PSDB) – e por alegada discriminação pessoal sofrida dentro da agremiação, que não contestou o pedido da deputada na Justiça Eleitoral. Depois disso, a deputada acabou se filiando no MDB.

3 – QUEM
também anda dando suas investidas com foco às eleições deste ano é o prefeito Zé Carlos do Pátio, presidente estadual do Partido Solidariedade. Corre a solta que Pátio articula com ex-colegas deputados estaduais para que sua mulher, Neuma Moraes, seja candidata a vice na chapa de candidatura a reeleição do governador Pedro Taques (PSDB). Prova disso foi o discurso inflamado que Pátio fez em Cuiabá na defesa de Taques, durante uma inauguração do Ganha Tempo em Cuiabá. Em seu discurso, Pátio teria argumentado que arrasta Rondonópolis e o MST para a chapa do governador.

4 – APÓS
eleger dois vereadores, Beto do Amendoim e João Mototáxi, o PSL está se articulando para lançar na região de forma estratégica candidatos a deputado estadual e federal. O que está impulsionando este projeto é que no último dia 29 de janeiro, o vice-prefeito anunciou filiação no partido. Além disso, no dia 5 de janeiro deste ano, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fechou um termo de compromisso de filiação com o PSL. O anúncio foi feito por meio de uma nota assinada por Bolsonaro e pelo presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Bolsonaro deverá efetivar a sua filiação em uma janela para troca de partido, sem perder o mandato, prevista entre os meses de abril e maio. Com a filiação de Bolsonaro na sigla, acredita-se que uma legião de seguidores em Rondonópolis, estimada em mais de três mil pessoas, também possa assinar ficha no PSL.

5 – DURANTE
uma ligação telefônica na semana que passou, o deputado federal Adilton Sachetti declarou ao Colunista de que não tem nenhum interesse em disputar uma candidatura ao governo do Estado neste ano. Adilton se diz com uma visão de vida muito diferente após o falecimento de sua esposa Rose Sachetti, que lutava contra o câncer. Além disso, vendo a necessidade de cuidar mais de sua saúde. Porém, disse em alto e em bom tom. “Não digo que dessa água nunca beberei”. Sachetti sempre foi justo e companheiro de seus colegas partidários e para muitos, dependendo da conjuntura política estadual, ainda poderá encabeçar uma candidatura a governador.