32.2 C
Rondonópolis
, 11 maio 2024
 
 

Projeto para trecho pendente da travessia urbana deixa a desejar

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Algumas análises feitas ao Jornal A TRIBUNA são de que o projeto não atende às necessidades dos usuários que trafegam nesse trecho

O trecho da BR-163 entre o Trevão e a Cervejaria Petrópolis ainda é em pista simples, gerando muitos problemas no tráfego de veículos – Foto: Roberto Nunes/A TRIBUNA

As obras de duplicação e novas intervenções viárias no trecho urbano de 2,3 quilômetros da BR-163, entre a localidade conhecida como “Trevão” e a Cervejaria Petrópolis (Crystal), em Rondonópolis, têm valor estimado em R$ 35 milhões. O projeto final desse trecho remanescente foi apresentado neste fim de semana pela concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, para diferentes setores da sociedade local, mas já vem sendo alvo de críticas. O entendimento da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC) e do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Milton Mutum, por exemplo, é que o projeto não atende às necessidades dos usuários que trafegam nesse trecho.
O projeto prevê, além da duplicação do trecho em questão, a construção de vias marginais, retornos e uma remodelação do Trevão. O gerente de comunicação e relações institucionais da Rota do Oeste, Roberto Madureira, informou ao Jornal A TRIBUNA que a concessionária espera apenas a aprovação do projeto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para dar início às obras no local. Externou que o orçamento para execução do projeto nesse trecho de 2,3 quilômetros está assegurado, com a utilização de recursos próprios, não recorrendo nesse caso a financiamento de longo prazo. “Queremos dar início a essas obras ainda neste ano!”, garantiu.
O diretor-executivo da ATC, Miguel Mendes, avaliou ao Jornal A TRIBUNA que o projeto de duplicação do trecho remanescente contemplou intervenções viárias muito simples, que tendem a congestionar ainda mais o trânsito. Ele analisa que o fluxo de veículos no trecho é muito grande, misturando o fluxo urbano com o rodoviário, sendo acesso a dois distritos industriais, para grandes transportadoras, ao Aeroporto Municipal e ao terminal ferroviário, necessitando de intervenções viárias maiores. “Deixou a impressão de que não houve um estudo de viabilidade técnica nas intervenções, mas apenas de viabilidade econômica”, pontuou para a reportagem.
Um dos pontos questionados por Miguel é a ligação entre os distritos industriais Vetorasso e Bortoli Razia por meio de contornos, conforme está no projeto. Miguel entende que o ideal seria fazer essa ligação através de passagens inferiores, nos quais os veículos passariam por baixo da rodovia. Segundo a Rota do Oeste, passagem inferior não é a melhor opção para grandes carretas. Outra queixa está na intervenção proposta no Trevão, para separar o fluxo de veículos em direção a diferentes regiões do País, por meio de um elevado, algo parecido com uma passagem inferior. O representante da ATC lembrou à reportagem que, antes, a proposta era construir no Trevão um acesso em desnível tipo trombeta, algo parecido com um viaduto.
O secretário municipal Milton Mutum também analisou ao Jornal A TRIBUNA que o projeto apresentado agora pela Rota do Oeste não atende de forma adequada a Prefeitura, empresários e sociedade. Ele acredita que algumas adequações precisam ser feitas no projeto e que, caso não sejam executadas, os problemas no trânsito no trecho tendem a continuar. Aponta, por exemplo, que os contornos alongados previstos no projeto precisam ser mudados de local. Nesse contexto, defende que seja feito um trabalho em parceria com a Rota do Oeste. “Se a Prefeitura não der anuência, as obras não podem começar”, alerta.
Vale informar que ficou decidido a formação de uma comissão, envolvendo entidades, Prefeitura, Câmara Municipal, empresários e a própria Rota do Oeste, para discutir as adequações necessárias ao projeto apresentado para esse trecho de 2,3 quilômetros. Essa comissão foi formada na própria reunião de apresentação do projeto pela concessionária para a Prefeitura, nesta sexta-feira (6/10), que também contou com representantes de entidades, clubes de serviços, poder público, empresários e legislativo das três esferas, incluindo o senador Wellington Fagundes. A Rota do Oeste informou à reportagem que as sugestões dessa comissão devem otimizar o projeto.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (ACIR), Juarez Orsolin, avaliou na ocasião que o debate é importante, considerando que o trecho de 2,3 quilômetros é um dos maiores gargalos do transporte das duas principais rodovias que promovem o desenvolvimento da região e do País. “A duplicação e os retornos alongados devem ser definidos em conjunto com a sociedade rondonopolitana. Este trecho que ficou fora dos projetos anteriores é, sem dúvida, o maior problema da logística de transportes do Centro-Oeste e precisamos garantir o pleno desenvolvimento dos Distritos Industriais que estão às margens dessas rodovias, o acesso rápido de cargas e a segurança dos trabalhadores dessas unidades”, repassou.
SAIBA MAIS – O trecho da BR-163 entre o Trevão e a Cervejaria Petrópolis ainda é em pista simples e, devido aos problemas viários verificados nesses 2,3 quilômetros, os congestionamentos e travamentos do tráfego são constantes, gerando muitos transtornos aos usuários que seguem para Campo Grande (MS) ou para o Distrito Industrial Bortoli Razia. Quem sai ou entra no Distrito Industrial precisa enfrentar ainda o risco de cruzar a rodovia de tráfego intenso. Da mesma forma, há dificuldades para quem quer se deslocar entre o Distrito Bortoli Razia e o Distrito Vetorasso, separados pela rodovia. A duplicação desse trecho não fazia parte do escopo inicial de obrigações da concessionária e foi incluída, com autorização da ANTT, na primeira revisão tarifária. Vale informar que o projeto da duplicação desse trecho já está em análise pela ANTT.

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Solidariedade: Comboio com 16 carretas já está a caminho do Rio Grande do Sul

A Ação Solidária Emergencial em Prol do Rio Grande do Sul, organizada pela Diocese de Rondonópolis e parceiros, terminou...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img