A queda de braço entre Governo do Estado e servidores públicos deve se acirrar na próxima semana, com uma grande paralisação de 48 horas envolvendo diversas categorias que cobram o pagamento integral da Revisão Geral Anual (RGA). O Fórum Sindical, que representa as categorias nas negociações, vem discutindo com o governo o pagamento da RGA de 2016, relativo à inflação de 2015, que é de 11,28%.
A revisão salarial é sempre feita na data base de maio, conforme determina o artigo 147 da Constituição de Mato Grosso, e não se trata de aumento real do salário, mas de recomposição salarial perante a inflação durante o ano.
Entre os servidores que param na próxima terça e quarta-feira estão os agentes penitenciários, agentes socioeducativos, servidores da educação, Polícia Judiciária Civil e Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Outra categoria que pode aderir ao movimento é a dos servidores do Judiciário, que antes tranquilos com a recomposição garantida pela Assembleia Legislativa, foram surpreendidos com o veto do projeto por parte do vice-governador Carlos Fávaro (PSD), governador em exercício na data, já que Pedro Taques estava em viagem.
O Fórum Sindical aguarda uma nova proposta por parte do Estado na segunda-feira (23), e caso não haja consenso, algumas categorias já indicam que greves podem ser deflagradas.
OUTRO LADO
No final da tarde de ontem, o Governo do Estado emitiu mais uma nota, justificando o não pagamento da RGA. De acordo com o Estado “a crise nacional, somada à falta de planejamento das gestões anteriores, levaram à atual situação financeira estadual. Isto ocorre porque nos últimos oito anos a despesa com pessoal cresceu mais do que a receita do Estado, provocando um descompasso nas contas públicas. O salário do funcionalismo teve um aumento de 230% enquanto a receita cresceu 156% no mesmo período. Para reverter esse quadro, o Governo do Estado esclarece que está fazendo sua parte para aumentar a receita e honrar o compromisso de pagar a RGA”, diz a nota.
