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Rondonópolis
, 13 junho 2024
 
 

Entre o passado e o futuro: o papel do museu Rosa Bororo na história em Rondonópolis

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(*) Denilson Ferreira

O presente artigo tem o intuito de contribuir para a História de Rondonópolis, voltando ao período que era um povoado às margens do rio Poguba (vermelho) por meio das reflexões a respeito da importância de um museu na preservação da História e do Patrimônio Histórico e Cultural do município.

Um município é moldado por eventos, pessoas e o passar do tempo. Os grupos humanos constroem suas identidades com características específicas.
Ao explorar esses temas, procuramos não só revelar os eventos passados, mas também apontar maneiras de compreender melhor o presente e construir um futuro resiliente e próspero para as comunidades. Assim, se justifica a importância do estudo da história municipal e manutenção de objetos representativos no Museu Rosa Bororo para se manter viva a história.

O povoado Rio Vermelho, segundo Luci Léa Lopes Martins Tesoro, se iniciou logo nos primeiros anos do século 20, estima-se que já em 1915, existiam cerca de sessenta famílias localizadas à margem do rio Vermelho. Famílias essas que migraram do estado de Goiás, Cuiabá e de regiões nordestinas. Ainda em 1915, Joaquim da Costa Marques, presidente de Estado do Mato Grosso, cargo equivalente ao de governador, promulga o Decreto Lei nº 395, que estabelecia 2.000 hectares para o patrimônio da povoação do rio Vermelho. Esse decreto marca oficialmente a existência do povoado, ou seja, a futura cidade de Rondonópolis.

Neste período eram muitas as dificuldades e condições de sobrevivência. Os acessos eram pelos rios Vermelho, São Lourenço, Cuiabá e Paraguai. Havia a falta de estradas e meios de comunicação. Em 1920, o que antes era apenas um povoado, agora já se entende como vila e foi transformada em distrito de Santo Antônio do Leverger. Assim, por meio da influência política do deputado Otávio Pitaluga, que fora agrimensor das Comissões das Linhas Telegráficas, teve seu nome alterado para Rondonópolis em homenagem ao Marechal Rondon.

É quase inexistentes documentos oficiais sobre esse período, mas nos é apresentado no livro “Rondonópolis: um entroncamento de mão única” da pesquisadora Luci Léa L. Martins Tesoro, um documento importante que é uma página de uma caderneta do deputado Otávio Pitaluga com anotação de nomes de eleitores da região em 1918.

Para esse artigo, foi levada em consideração a visita ao Museu Rosa Bororo. O Museu fica localizado na parte central do município de Rondonópolis, locado em um prédio histórico na esquina da rua Arnaldo Estevão de Figueiredo com a Avenida Cuiabá. Essa instituição é muito importante para a preservação cultural e identitária do município, seja na preservação de artefatos históricos, obra de arte e principalmente documentos oficiais importantes para a compreensão e apreciação da história e da cultura. Porém não tive acesso aos documentos históricos para a pesquisa. A justificativa da pessoa responsável pelo Museu foi de que o local ficou fechado por dois anos e os arquivos estavam desorganizados.

Vale mencionar o estado do Museu Rosa Bororo, que se encontra em uma situação triste, com marcas de infiltrações por todo lado, pondo em risco os acervos. A história não ficou no passado. A história de uma cidade é um elo que conecta o passado, o presente e o futuro, moldando a identidade e as características da sua população. Daí a importância de um Museu Histórico.

Dessa forma, podemos concluir que, ao reconhecer e valorizar a história de um município, não estamos apenas homenageando o legado daqueles que nos precederam, mas também preparando o terreno para um futuro mais consciente, resiliente e próspero para as comunidades locais. A história não é deixada para trás; ela serve de fundamento para os nossos sonhos e objetivos futuros e principalmente para se ter conhecimento dos erros do passado.

No caso de Rondonópolis, no presente, o poder público não se preocupa em preservar a edificação que foi a primeira Prefeitura, Câmara Municipal e atual Museu Rosa Bororo e, sequer, seus acervos. Então indaga-se: Qual história as gerações do presente querem apresentar sobre o passado para seus filhos e netos? Esperamos que o Senhor Prefeito responda a este anseio, que não é só meu, mas, de vários cidadãos de Rondonópolis, votantes nas eleições que se aproximam!

(*) Denilson Ferreira Filho é acadêmico do curso de História da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)

 

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