
Em sua ida à Câmara Municipal no último dia 8 de maio, a secretária municipal de Saúde, Ione Rodrigues, tratou os problemas vivenciados diariamente pelos usuários e amplamente repercutido pela imprensa como se fosse uma narrativa criada pelos adversários políticos do prefeito em véspera de eleições.
O caos não existe, para a Secretária, que acabou não podendo ser confrontada pelos vereadores na oportunidade, por conta da dinâmica em que ocorreu a sua sabatina. São problemas “pontuais” que já estão sendo enfrentados pela gestão do prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB), segundo ela.
Eis que esta semana dois fatos repercutidos pelo o A TRIBUNA chamaram a atenção e demonstram que a saúde pública municipal, que tem a maior fatia do orçamento bilionário de Rondonópolis, continua nada bem, mesmo depois que o prefeito andou instalando o seu Gabinete na Secretaria de Saúde por uma semana – o que por si só já comprova que a coisa não anda bem por lá.
O primeiro fato foi o de um grupo de mães da Associação de Apoio a Pacientes com Diabetes de Rondonópolis que foi até Ordem do Dia da Câmara Municipal, na terça-feira, 14, buscar apoio dos vereadores para tentar resolver o problema que estão enfrentando com o aparelho cedido pela Secretaria Municipal de Saúde para medir o índice de glicemia no sangue de seus filhos.
Segundo o relato das mães, os aparelhos estão descalibrados e, com isso, resultados apresentados não são precisos, o que pode causar sérios danos aos seus filhos, como a hipoglicemia. Uma situação de risco de morte.
Outro fato foi a notificação enviada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso para que a Secretaria Municipal de Saúde providencie, em um prazo de até 10 dias, luvas de procedimentos aos enfermeiros da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e do Pronto Atendimento Infantil.
A situação que fica evidenciada a partir destas constatações é justamente de que a saúde pública municipal, realmente, não está nada bem. Não adianta tentar esconder o sol com a peneira. Problemas fáceis de se resolver não são solucionados, pois dependem de planejamento e gestão adequada, o que vem faltando.
Em uma cidade com o orçamento como o de Rondonópolis para a saúde, que praticamente atinge meio bilhão por ano, não se pode admitir situações como estas, que evidenciam toda a falta de zelo com o setor que cuida de vidas.
A nossa população merece mais, merece um serviço digno, de qualidade e compatível com a capacidade econômica que o município tem. Chega de serviços prestados de forma precária e de improviso.