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Semana desperta para a deficiência intelectual

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Leonésio Barbosa, de 45 anos de idade, e Leila Lopes, de 71 anos de idade, estão na Apae de Rondonópolis há mais de 30 anos
Leonésio Barbosa, de 45 anos de idade, e Leila Lopes, de 71 anos de idade, estão na Apae de Rondonópolis há mais de 30 anos

O nascimento de uma criança sempre gera alegrias e desperta planos dentro de uma família. A chegada de uma criança com deficiência intelectual, no entanto, acaba sendo um misto de incerteza, medo e até tristeza. Saber lidar adequadamente com essa realidade, principalmente preparando uma trajetória com direitos e oportunidades, vem sendo uma meta da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, comemorada entre os dias 21 a 28 de agosto. Nessa ocasião, o Jornal A TRIBUNA mostra um pouco das histórias de dois moradores de Rondonópolis que vivem com a deficiência intelectual.
Um dos exemplos mostrados pelo A TRIBUNA é o do Leonésio Ferreira Barbosa, de 45 anos de idade, o aluno mais antigo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Rondonópolis (Apae), que tem 38 anos de atuação no município. A sede da instituição fica na Avenida Padre Anchieta, número 890, no bairro Vila Aurora. O outro exemplo é da Leila Lopes, de 71 anos de idade, que está na Apae de Rondonópolis desde 1983. Ajudaram a contar um pouco dessas trajetórias a diretora da Apae, Karla Mendes Paes, e a historiadora Luci Léa Lopes Martins Tesoro, irmã da Leila Lopes.
Conforme Luci Léa, o avô delas foi quem percebeu que Leila tinha algo de diferente, aos dois anos de idade. Ela explica que a irmã apresentou problemas na hora do parto, nascendo pelos pés, o que pode ter provocado falta de oxigênio no cérebro, gerando a deficiência intelectual. Na época, no interior paulista, onde morava, quase não havia Apae e a oferta de tratamento era raro. Por causa disso, Leila enquanto criança, jovem e boa parte da fase adulta não frequentou escola. Nesse sentido, Luci Léa acredita que, possivelmente, caso a irmã tivesse tido o apoio de uma escola como a Apae desde cedo, com uma estimulação precoce, teria se desenvolvido mais intelectualmente. Leila não tem uma idade mental fixa e não consegue aprender. “Ela é uma criança voluntariosa”, analisa.
A Apae somente entrou na vida de Leila quando ela foi morar com Luci Léa, em 1982. No ano seguinte, a partir da sugestão de uma professora colega de universidade, Luci Léa acabou levando a irmã para a Apae, aos 39 anos. Leila ainda é dependente para todas as atividades e, apesar das limitações, conquistou na Apae a socialização. Hoje a escola faz parte da sua rotina, formando uma espécie de grande família. Na Apae, além do gosto pelos jogos, dança e artes, aprendeu uma espécie de bordado próprio. “A vida dela está aqui”, observa Luci Léa, contando que a irmã detesta fim de semana, feriado ou férias. Ela é vista ainda como uma pessoa sagaz, perspicaz e inteligente. “Para tudo ela [Leila] tem resposta… Muitas vezes você não espera que ela tenha resposta para determinada hora”, diz. Além disso, Leila também é muito solidária. “Ela é um canal direto com Deus, um canal de energia positiva, muito boa”, arremata Luci Léa.
Leonésio Barbosa também tem deficiência intelectual, mas tem uma capacidade de aprendizado maior do que Leila. Contudo, Karla Paes lembra que Leonésio teve a oportunidade de ser estimulado precocemente, sendo aluno da Apae desde criança. Apesar da idade atual, nunca deixou de frequentar a Apae. Além da necessidade de uma estimulação contínua, Karla conta que Leonésio se sente como se estivesse em casa na Apae. “O prazer dele em vir para cá é muito grande. Eles são muito bem acolhidos, tem várias atividades… Aqui é a segunda casa deles”, observa.
Leonésio também mora com uma irmã dele. Um diferencial do Leonésio é a habilidade para o trabalho. Ele é um antigo funcionário de uma empresa distribuidora de bebidas em Rondonópolis, atuando na entrega de bebidas, sendo muito bem quisto pelos colegas de trabalho. “Ele [Leonésio] é muito solícito, muito eficiente. Os funcionários adoram ele lá”, repassa Karla. Nos esportes, ele se destaca no futebol, atuando na posição de goleiro. Inclusive, participa das Olímpiadas da Apae. Uma das grandes paixões dele é o União Esporte Clube.

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