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EDITORIAL: As lições que ficam…

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(Foto – Divulgação/TJMT)

O perfil das mulheres vítimas de feminicídio em Mato Grosso que foi apresentado às autoridades e à sociedade em evento organizado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher-MT) tem papel importante no combate à violência contra a mulher no Estado, que infelizmente, segundo o Fórum de Segurança Pública, teve o maior índice de feminicídios no Brasil em 2023.

Isso porque, conhecer o perfil dessas vítimas é o que vai permitir que órgãos estatais e a sociedade possam traçar estratégias mais assertivas para tentar mudar essa triste realidade.

É importante ressaltar que o levantamento mostrou que 80% das vítimas não tinham medida protetiva, 60% não tinham boletim de ocorrência registrado, quase 70% deixaram filhos menores de idade, quase 47% tinham entre 26 e 39 anos de idade, 60% foram declaradas da cor parda, 67% dos familiares tinham conhecimento da violência, mas não denunciaram, 73% das vítimas tinham renda suficiente para manter a família e 40% delas tinham menos de um ano de relacionamento com o autor do crime.

Esses dados apontam uma realidade preocupante, demonstrando que é nítido que uma parcela significativa das mulheres não entende dos seus próprios direitos.

Não sabe identificar os tipos de violência que existem, como a psicológica, a patrimonial, bem como não compreende quando precisa buscar a polícia e o judiciário para a aplicação da Lei Maria da Penha.

Ou seja, é evidente que faltam informações, falta esclarecimento e conscientização das próprias mulheres sobre os seus direitos e sobre os tipos de violência que sofrem. Se a mulher não compreende nem mesmo que está sofrendo violência por parte do marido, do namorado, do ex, ela nem chega a buscar ajuda.

Além das vítimas, o levantamento ainda indica que amigos e familiares, em sua maioria, também não sabem quais são esses direitos, não conhecem bem os tipos de violência e não compreendem quando é necessário buscar ajuda, denunciar, ou como podem auxiliar a vítima.

Essa realidade apresentada pelo perfil das vítimas de feminicídio em Mato Grosso só reforça a necessidade de levar informação para todos os cantos do Estado.

As mulheres e a população em geral precisam conhecer os seus direitos, reconhecer os tipos de violência e estar cientes da rede de proteção existente para saber quando e como buscar auxílio.

Sem esse entendimento, não adianta fazer leis mais duras ou ampliar as redes de proteção para as mulheres. A conscientização é fundamental. É preciso que as pessoas tenham, antes de tudo, o conhecimento necessário, reconheçam os tipos de violência, até para que o machismo ainda existente em nossa sociedade possa ser combatido, inclusive, no âmbito familiar.

 

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