Nos próximos dias, o Tribunal do Júri de Rondonópolis deve realizar os julgamentos de dois acusados de envolvimento na morte dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, crimes que ficaram conhecidos como “Caso Irmãos Araújo”. Na próxima terça-feira (21), Célio Alves de Souza, acusado de ser coautor das mortes, deve ser julgado. Já na quarta-feira (29), Marcos Divino Teixeira da Silva, também acusado de coautoria nas mortes, deve sentar no banco dos réus.
Marcos Divino aguarda o julgamento em liberdade. Já Célio Alves de Souza cumpre pena no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ele havia fugido em julho de 2005 pela porta da frente da Penitenciária Pascoal Ramos, em Cuiabá. Pouco antes de sua fuga completar dois anos, o Grupo Especializado em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), conduzido na época pelos promotores de justiça Mauro Zaque e Célio Wilson, conseguiu localizar e prender Célio Alves na divisa do Brasil com a Bolívia. Desde então, ele está no sistema prisional federal.
Ao todo, sete pessoas foram investigadas ao longo de 17 anos pela morte dos irmãos Araújo. Acusado inicialmente de ser um dos mandantes, o advogado Ildo Roque Guareschi foi inocentado por falta de provas. Sérgio Marchett e Mônica Marchett, também acusados de serem mandantes dos crimes, seguem sem serem julgados. Os dois conseguiram reverter decisões em instâncias superiores por diversas vezes, e a defesa dos irmãos Araújo recorre no Supremo Tribunal Federal (STF) em ambos os casos.
Dos acusados de serem os coautores do crime, apenas Hércules Araújo Agostinho foi condenado. Ele seria um dos pistoleiros na ação e cumpre pena de 27 anos em um presídio de Rondônia. Marcos Divino, que deve ir a júri no dia 29, é acusado de fazer o levantamento da vida e locais que os irmãos frequentavam. Célio e Hércules são os acusados de praticarem o crime e o sargento Jesus, que já faleceu, era considerado o chefe dos pistoleiros. Ele foi assassinado e Célio e Hércules respondem pelo homicídio.
O CASO
Brandão Araújo Filho foi assassinado no dia 10 de agosto de 1999, em pleno Centro de Rondonópolis. José Carlos foi assassinado no estacionamento da agência do banco Bradesco, no dia 28 de dezembro de 2000, pelos mesmos pistoleiros. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, os assassinatos dos irmãos Araújo foram motivados por disputa judicial de uma fazenda de 2.175 hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho, que fica a 70 quilômetros de Rondonópolis, em direção a Campo Grande-MS, objeto de negócio mal sucedido entre José Carlos e Sérgio Marchett, realizado em 1988.
Como prova principal para chegar aos supostos mandantes e autores do crime, a investigação encontrou uma transferência de um automóvel de propriedade da família Marchett aos suspeitos pelos crimes, os ex-policiais militares Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves. O carro teria sido entregue como pagamento pelos assassinatos.
