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, 23 maio 2024
 
 

Pesquisa vai mapear movimentação de gatos domésticos em Rondonópolis

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Doutora Beatriz Miranzo, uma das mais prestigiadas pesquisadoras em ecologia espacial da Europa, está em Rondonópolis para acompanhar o trabalho de pesquisa

A veterinária Juciane Johann, a bioquímica Camila Essy, o biólogo doutor Fabio Angeoletto e a bióloga doutora Beatriz Miranzo, em visita ao A TRIBUNA – Foto: Deivid Rodrigues

Uma pesquisa desenvolvida pelo Mestrado em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis, com o apoio do grupo de pesquisa Biologia Evolutiva e da Conservação, da Universidade Complutense de Madrid (UCM), vai mapear a movimentação de gatos domésticos em Rondonópolis.
Uma das pesquisadoras do grupo espanhol, doutora Beatriz Miranzo, está em Rondonópolis auxiliando os pesquisadores locais, com o mapeamento da movimentação dos felinos utilizando colares com GPS.
Os responsáveis técnicos pelo projeto são o doutor Fabio Angeoletto, Juciane Johann e Camila Essy. “Estamos mapeando as áreas de deslocamento desses animais, as distâncias percorridas e em que tipos de uso do solo ocorrem essas movimentações. Vamos correlacionar estes dados ao monitoramento do comportamento desses gatos para estimar os impactos ambientais provocados e as doenças transmissíveis aos seres humanos e outros animais. Estamos usando nesta pesquisa colares GPS em gatos machos e fêmeas. Nossa hipótese é que eles preferencialmente perambulam por áreas verdes, predando animais silvestres e disseminando zoonoses”, explica o biólogo Fábio.
O objetivo do trabalho é construir diretrizes para instituir políticas públicas para gatos urbanos. “Em Rondonópolis, a gestão pública não sabe, por exemplo, quantos gatos domésticos com donos existem na cidade, diferente do caso dos cachorros, em que há uma estimativa. Com esse trabalho, poderemos realizar um censo, saber quantos são castrados, como são alimentados, vacinados, enfim, ter um quadro completo dos felinos em Rondonópolis”, explica o professor Fábio.
A população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões de animais e a de cães em 52,2 milhões. As estatísticas apontam que em um futuro breve a população felina irá se igualar a canina.
Por serem exímios predadores, os gatos domésticos já extinguiram 63 espécies de vertebrados. Embora não existam estimativas de números de animais silvestres predados por gatos no Brasil, estudos realizados na América do Norte, como no Canadá, mostram que os gatos predam centenas de milhões de vertebrados anualmente, e nos EUA, esta cifra é de mais de um bilhão de vertebrados (répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos) predados a cada ano.

Colares com GPS ajudam a identificar toda a movimentação dos felinos – Foto: Divulgação

SAÚDE
Os gatos domésticos podem ser reservatório de doenças zoonóticas (doenças infecciosas de animais capazes de serem transmitidas para os seres humanos e animais silvestres) com impactos na saúde pública.
A dispersão de fezes de gatos pode ser fonte de enfermidades para outros animais e também seres humanos. Este dado reforça a necessidade de conhecimento sobre os problemas parasitários oriundos de gatos, e a implantação de medidas de controle dessas doenças no município.
“Sabemos da importância dos animais para a saúde mental e também como ajudam no controle da pressão arterial e diminuição dos riscos de ataques cardíacos, como vários estudos mostram. Mas, além de predador, nós iremos verificar se os gatos estão disseminando doenças”, explica a veterinária Juciane Johann.
ECOLOGIA ESPACIAL
A Ecologia Espacial é uma ciência baseada em conceitos e métodos da ecologia e geografia, dedicada a identificar padrões espaciais e suas relações com fenômenos ecológicos. Tais fenômenos podem ser explicados através da detecção de padrões (por exemplo, mapas de deslocamentos de gatos pela cidade, que demonstrem sua preferência por determinados hábitats). A doutora Beatriz Miranzo é uma das mais prestigiadas pesquisadoras em ecologia espacial da Europa.
PROGRAMAÇÃO
Em Rondonópolis para participar da pesquisa, a professora Beatriz Miranzo vai desenvolver atividades, no Mestrado em Geografia da UFMT, que podem ser acompanhadas pelos interessados.
Na UFMT, ela ofertará o curso Ecologia Espacial: Geotecnologias Aplicadas à Conservação da Biodiversidade. Além disso, ministrará as seguintes conferências: Ecologia Espacial: Geografia e Ecologia aplicadas à conservação de espécies; Ecologia Espacial: O caso da águia perdiceira (Aquila fasciata) no nordeste da Espanha; Integração das informações sobre infraestruturas urbanas em estudos de ecologia espacial.
Os interessados em participar devem entrar em contato com Juciene Johann, pelo telefone (66) 99674-93914 para maiores informações.
Ainda em Rondonópolis, a pesquisadora espanhola fará parte das bancas de defesas públicas das dissertações do Mestrado em Geografia da UFMT: Análise da política de criação de espaços territorialmente protegidos em Rondonópolis; e Qualidade Ambiental em Rondonópolis: Poluição Atmosférica em Cidades Médias.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Eu gostaria de agradecer esta excelente reportagem de autoria da jornalista Patrícia Cacheffo. Temos recebido dezenas de mensagens de apoio relativas a este projeto, e em breve produziremos mais material jornalístico sobre o mesmo. Certamente, o conhecimento que vamos gerar nesta pesquisa trarão benefícios aos nossos gatos domésticos e também à biodiversidade urbana.

    Prof. Fabio Angeoletto / Mestrado em Geografia da UFMT em Rondonópolis

  2. Parabéns aos pesquisadores, trabalho muito útil para talvez mostrar a toda população,que alimentar gatos abandonados em parques públicos não seja a melhor opção

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