Agora estás sendo triturado, moído
Antes era um grupo de células vivente
Neste momento estás entre meus dentes
Descendo vais para minhas entranhas
Como estou com fome parece picanha
Mas sei que não é de tal façanha
Depois de salivar vai para o mesmo lugar
Quando te vejo tens uma aparência tal
Atraente, bem tostado, mas no fundo
Percebe-se que está um tanto convencido
Não é mais que um aglomerado de carne moída
Então, já que desabafei agora posso dizer
Estou com a consciência pesada por te comer
Parece que não consigo sentir aliviado
A minha tristeza é por o regime ter quebrado
(*) Jorge Manoel é jornalista em Rondonópolis