A família

A família está em crise e a evidência é tão grande que diferentes segmentos do cristianismo mobilizam-se no sentido de salvar esta que é também considerada “a célula mater da sociedade”. A história mostra-nos à saciedade que aos períodos de grande degradação moral sempre se sucederam a queda de grandes impérios ou cidades que atingiram enorme projeção no seu tempo. Caso de Sodoma e Gomorra de Herculando e Pompéia e do poderoso Império Romano cuja derrocada final verificou-se justamente num período onde as bacanais atingiram o seu clímax.
Lamentavelmente, estamos vivendo um período semelhante no qual a permissividade é vista com extrema naturalidade.
A situação não atinge apenas os nossos valores-ético morais, mas ocasionam toda uma mudança de usos e costumes cujas consequências se fazem sentir principalmente no âmbito familiar. A publicidade extremamente permissiva invade os nossos lares, dando a entender aos nossos jovens que os relacionamentos íntimos são perfeitamente naturais mesmo que visem apenas o prazer sem a existência desse sentimento hoje tão desvalorizado que é o amor.
O casamento até como consequência da maior independência feminina rompe-se com extrema facilidade e, desse modo, o “até que a morte nos separe” existe hoje apenas como o saudosismo daqueles bons tempos em que o amor ainda se constituía no motivo principal para a união conjugal.
A família, na verdade, se deteriora e os resultados alcançam todo o contexto familiar. Os filhos que necessitam de um ambiente seguro para o seu desenvolvimento saudável se vêem envolvidos pelos enormes conflitos que se estabelecem no ambiente do lar.
Estes, como outros fatos, configuram o período de transição que estamos atravessando.
Mas, transição é passagem e não situação definitiva e em relação a família como também acontece com os nossos recursos naturais, hoje tão desprezados, o ser humano que progride também por força do sofrimento encontrará o seu caminho e certamente melhores dias virão quando o homem se conduzir à luz dos ensinamentos cristãos resumidos pelo próprio Cristo naquele por Ele mesmo considerado o seu mandamento maior: “amai a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a si mesmo” e complementando “aí estão toda a lei e os profetas”.

(*) José Fontes Filho é membro da Casa Espírita André  Luiz e da Casa de Saúde Paulo de Tarso