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, 9 maio 2024
 
 

Impacto da depressão na aderência à dieta

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Homem olhando pra comida triste - cor

Em todo o mundo, observa-se uma rápida expansão da prevalência de depressão e diversas pesquisas estudam a sua complexa interação com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A depressão tem relação direta com o risco coronariano, além de agir indiretamente ao impactar o controle dos fatores de risco para DCNT, incluindo peso corporal, dieta, atividade física e hábito de fumar.    A associação entre depressão e obesidade parece ser mediada por aspectos como a insatisfação com a imagem corporal e a falta de apoio social e pode prejudicar o engajamento às mudanças no estilo de vida preconizadas para a perda de peso e manutenção de hábitos saudáveis. Simon et al. (2010) acompanharam mulheres participantes de intervenções comportamentais para perda de peso e identificaram que, entre aquelas que apresentaram melhora da depressão, a chance de apresentar perda de 5 kg ou mais foi significativamente maior, especialmente pela melhora da aderência à atividade física.
Em pacientes com diabetes tipo 2, a presença de sintomas de depressão é associada com baixa aderência ao tratamento da doença como um todo, incluindo os antidiabéticos orais, aplicações de insulina, dieta e atividade física, piorando assim o controle metabólico e aumentando o risco de complicações.
Por meio de uma revisão sistemática da literatura, Moreira et al. (2003) identificaram que a prevalência de depressão em pacientes com diabetes pode chegar a 60,5%. Quanto ao impacto dos sintomas depressivos na dieta, Gonzales et al. (2008) descreveram baixa aderência às recomendações para consumo de frutas e hortaliças e à orientação para o fracionamento da ingestão de carboidratos.
Estudos investigam também as consequências da depressão em pacientes com doença renal crônica em fase dialítica. Estima-se que 20 a 90% das pessoas com este diagnóstico podem apresentar sintomas depressivos, sendo que metade destas não adere às recomendações para consumo de líquidos e às orientações nutricionais para o controle dos níveis séricos de fósforo e potássio. Estes dados são particularmente preocupantes, visto que a baixa aderência às restrições dietéticas nestes pacientes está relacionada ao aumento do risco de complicações e mortalidade.
Recentemente, tem sido observado o aumento da prevalência de depressão em crianças e adolescentes, associada ao desenvolvimento de obesidade. Mooreville et al. (2014) conduziram pesquisas com jovens de 8 a 17 anos e observaram associação positiva entre sintomas depressivos e consumo de energia, principalmente pela maior ingestão de doces. Em longo prazo esta prática pode causar um ganho de peso excessivo, com impacto sobre fatores comportamentais, cognitivos e sociais que perpetuam a relação entre depressão e obesidade.
Torna-se nítida a necessidade de identificação precoce e tratamento da depressão em indivíduos com DCNT. Para isso, são necessárias abordagens multidisciplinares, envolvendo médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos antidepressivos associado à terapia psicológica, sendo potencialmente eficaz para a resolução de sintomas, com consequente melhora da qualidade de vida e do manejo das DCNT.

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