Silval Barbosa diz que se apropriou de R$ 1 bilhão do estado

Ex-governador prestou depoimento à CPI do Paletó, que investiga conduta do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), filmado recebendo maços de dinheiro

O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) confessou, ontem (23/2), durante depoimento na CPI da Câmara Municipal de Vereadores de Cuiabá que investiga a conduta do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que os esquemas de corrupção em seu governo se apropriaram de R$ 1 bilhão em dinheiro público do Estado. O próprio governo de Mato Grosso, já na gestão Pedro Taques, confirmou que durante 2010 e 2014, os esquemas ilícitos haviam movimentado a quantia declarada por Silval.
Ainda em seu depoimento na CPI, o ex-governador declarou que, na gestão dele, o governo pagava “mensalinho” aos políticos para que não prejudicassem o andamento das ações. “O mensalinho acontecia e ainda acontece. Passava R$ 50 mil, mais R$ 18 mil, que era verba indenizatória”, disse no depoimento. Segundo o ex-governador, em todas as eleições da Mesa Diretora da Casa de Leis são feitos acordos. “Todas as eleições da Mesa Diretora da Assembleia que eu acompanhei tiveram acordos”, disse.
A CPI foi aberta depois que Emanuel Pinheiro apareceu em um vídeo recebendo dinheiro, supostamente de propina, das mãos do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio César Corrêa, que já prestou depoimento aos membros da comissão, na semana passada. Na oitiva, ele disse que o dinheiro era a título de propina. Nas imagens, o prefeito, que à época era deputado estadual, aparece recebendo maços de dinheiro e os colocando nos bolsos do paletó.
O ex-governador ainda citou o nome de todos os deputados estaduais que estavam com mandato no período da Copa do Mundo e supostamente receberam propina. Segundo Silval, receberam R$ 600 mil em parcelas para aprovar projetos do programa de asfaltamento MT Integrado os deputados Ezequiel Fonseca (PP), Mauro Savi (PSB), Romoaldo Junior (MDB), Nininho (PSD), Zé Domingos (PSD), Sebastião Rezende (PSC), Gilmar fabris (PSD) e Luciene Bezerra (PSB). Quantos aos ex-deputados, são citados Ademir Brunetto (PT), J. Barreto (PR), João Malheiros (PR), Luis Marinho (PTB), Airton Português (PSD), José Riva, que era do PSD, Valter Rabelo (MDB), Pedro Satélite (PSD), Emanuel Pinheiro (PMDB), Alexandre César (PT) e Wagner Ramos (PMDB).
Sobre os vídeos em que políticos aparecem recebendo dinheiro que seria de propina, Silval disse que “aquelas imagens são fruto de extorsão que houve para não atrapalhar obras da Copa, MT Integrado e outras. Chegaram a pedir R$ 1 milhão. Chegamos a um acordo de R$ 600 mil para cada deputado e dividimos em doze parcelas.”