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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

“Hoje está tudo mais fácil!”, atesta pioneira

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A série de entrevistas com pioneiros de Rondonópolis segue hoje com a aposentada Maria de Lurdes Souza, esposa do falecido Francisco Gomes de Souza, o popular “Chico Mineiro”. Eles estiveram entre as primeiras famílias que estabeleceram na localidade do Marajá, às margens da BR-364, saída para Pedra Preta. Vale lembrar que Chico Mineiro ficou muito conhecido na região pelos torneios de futebol que promovia na zona rural do Município.


A pioneira Maria de Lurdes Souza, que completou 90 anos de idade neste sábado (25/11) – Foto: A TRIBUNA

A aposentada Maria de Lurdes Souza completou ontem (25/11) seus 90 anos de idade. Ela está presente há 57 anos no município de Rondonópolis e lembra que viveu grande parte na roça, onde a rotina era marcada por muito trabalho, seja cuidar de casa, dos filhos e da criação. “Hoje está tudo mais fácil! Antes era tudo muito difícil”, afirma.
Nascida no interior de São Paulo, Maria de Lurdes começou a trabalhar na roça com 10 anos de idade e se casou na cidade de Presidente Bernardes (SP), aos 17 anos, com Francisco Gomes de Souza, o popular “Chico Mineiro”. Em 1960, o casal veio para Rondonópolis, onde comprou uma terra e estabeleceu na localidade do Marajá, um aglutinado de sítios junto da BR-364, na saída para Preta Preta.
Na época, a localidade do Marajá era formada apenas por vegetação nativa. Maria de Lurdes e seu esposo fizeram parte das primeiras famílias que chegaram no local. Inclusive, ela lembra que foram três famílias que vieram de São Paulo em único caminhão, trazendo até porco na viagem de 3 dias. “Naquele tempo vir para cá de mudança era um sofrimento, ainda mais com crianças”, recorda.
Maria de Lurdes e o esposo chegaram em Rondonópolis com nove filhos e, na zona rural, viviam da produção da roça. Chico Mineiro vinha todas as semanas para a cidade, zona urbana, para vender a produção formada por itens como queijo, ovo, banana, abobrinha, mandioca, entre outros. Depois montou uma farinheira para produção de farinha. Vendia nos armazéns e mercados locais.
Enquanto Maria de Lurdes ficava mais em casa, cuidando dos filhos e afazeres domésticos, Chico Mineiro ficou bastante conhecido em toda a região pelos campeonatos de futebol que organizava na zona rural. Juntava os filhos, chegava até alugar ônibus, para participar dos torneios. Os meninos integravam seu time de futebol e as meninas faziam parte da torcida.

Maria de Lurdes e o marido Francisco Gomes de Souza, o popular “Chico Mineiro”, já falecido – Foto: Reprodução

Chico Mineiro tinha o futebol como sua grande paixão. Ele era o técnico do seu time de futebol. Inclusive, um dos campos de futebol mais usados pela família fica onde hoje é o Frigorífico Rondonópolis. “Vinha gente de todos os cantos da cidade para os campeonatos”, explicou. Numa época, a Loja Araújo, na Avenida Marechal Rondon, era um grande ponto de encontro do marido com outros moradores para bater papo, marcar os jogos e campeonatos.
Quando morava na roça, a pioneira diz que vinha para a zona urbana mais em caso de necessidade, como para ir ao médico ou ao farmacêutico. “Quando era preciso fazer algum tratamento, primeiro a gente vinha no Candinho e, depois, no João Morais [farmacêuticos]”, relata. “O serviço no campo era pesado. Tinha dia que não dava tempo nem de comer. Não tinha jeito de sair para passear”, afirma.
Maria de Lurdes lembra que, na época em que chegou a Rondonópolis, havia poucas casinhas próximas ao Rio Vermelho e que tinha que fazer a travessia de barco. Após um grande tempo no Marajá, o casal mudou para a região da Vila Paulista, onde também passou a ter gado. Por último, na década de 1990, mudou para o bairro Conjunto São José.
O casal viveu 57 anos casados. “A gente foi um casal que nunca chegou a bater boca um com o outro”, disse. Dessa união, nasceram 19 filhos, 37 netos, 42 bisnetos e 4 tataranetos. Ela teve os filhos em casa mesmo, através do auxílio de parteira. “Deus me deu tantos filhos, mas me deu poder de criar todos eles”, entende.
Chico Mineiro faleceu há 16 anos, com 81 anos de idade. Maria de Lurdes continua no Conjunto São José, onde mora com um filho. Ela observa que Rondonópolis cresceu demais de lá para cá e que a violência está demais. “Espero ter saúde para continuar a vida até o dia que Deus me chamar. Todo dia não esqueço de agradecer a Deus quando vou deitar na minha cama”, diz.

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