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, 15 maio 2024
 
 

Cientistas europeus promovem pesquisas em Rondonópolis

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Foto: Deivid Rodrigues

Os professores Piotr Tryjanowski (Universidade de Poznan, Polônia) e Martin Hromada (Universidade de Presov, Eslováquia, estão em Rondonópolis, através de convite do professor Fabio Angeoletto, do Mestrado em Geografia da UFMT em Rondonópolis.
A visita dos professores europeus tem dois objetivos. Angeoletto explica que é o de colaborar no Projeto “Biodiversidade Urbana de Rondonópolis”, dirigido por ele e cuja equipe é composta por estudantes de graduação e pós-graduação da UFMT, e ministrar conferências sobre ecologia humana e ecologia urbana. Essas conferências vão acontecer na terça-feira, dia 28 de novembro, no auditório da Câmara de Vereadores.
Com entrada franca, as conferências são abertas a toda a comunidade. A expectativa é conseguir reunir pessoas de todos os segmentos da sociedade local.
O PROJETO
O professor Fabio Angeoletto relata que o “Projeto Biodiversidade Urbana” é composto pelos seguintes estudos, os quais terão as seguintes contribuições dos cientistas europeus: Análise Comparativa entre a ecologia de cidades do Brasil, Eslováquia e Polônia, no qual Hromada e Tryjanowski estão compilando dados socioambientais das cidades dos seus países, para compararmos com dados de cidades brasileiras. “Vamos compreender quais são as semelhanças e diferenças da urbanização de cidades da Europa e do Brasil. Injustiça Ambiental na Arborização Urbana de Rondonópolis. Temos como hipótese que a arborização de Rondonópolis é parca ou inexistente, quanto mais pobre o bairro da cidade. Neste projeto, os cientistas nos darão suporte estatístico para a análise dos dados. Ecologia Espacial de Gatos Domésticos Urbanos. Estamos mapeando as áreas de deslocamento desses animais, as distâncias percorridas e em que tipos de uso do solo ocorrem essas movimentações. Vamos correlacionar estes dados ao monitoramento do comportamento desses gatos para estimar os impactos ambientais provocados e as doenças transmissíveis aos seres humanos e outros animais”.
Angeoletto acrescenta que neste projeto, os cientistas nos darão suporte estatístico para a análise dos dados, e também nos auxiliarão nas análises fecais para determinar a disseminação de zoonoses pelos gatos. Metabolismo Urbano de Rondonópolis. Este projeto tem como objetivo calcular o volume de bens e insumos que a cidade consome (alimentos, energia elétrica, água, gasolina, etc) e os dejetos que ela produz (lixo, poluição, etc).
“Com esses dados, poderemos propor um uso mais racional dos recursos, de modo a diminuir os impactos ambientais gerados pela urbanização. Os cientistas nos darão suporte estatístico para a análise dos dados. Araras Urbanas de Rondonópolis. O projeto está mapeando os ninhos de araras canindé e araras vermelhas na mancha urbana do município, com o objetivo de compreender a reprodução dessas araras e escrever diretrizes de planejamento para protegê-las”, explica.
Fabio Angeoletto que é professor permanente do mestrado em Geografia da UFMT em Rondonópolis, avalia junto com os professores europeus, que as populações urbanas dependem de uma vasta gama de serviços ecossistêmicos, como o fornecimento de água potável e a polinização.

Os cientistas europeus Piotr Tryjanowski (Universidade de Poznan, Polônia) e Martin Hromada (Universidade de Presov, Eslováquia ao lado do professor Fabio Angeoletto, durante visita ao A TRIBUNA – Foto: Deivid Rodrigues

O alerta dos pesquisadores é o de que a manutenção desses serviços depende crescentemente de como se manifestam os padrões de crescimento urbano. “As cidades estão geralmente localizadas em ambientes cruciais à conservação da biodiversidade, como rios e florestas, o que evidencia a importância do planejamento de cidades mais amigáveis para a vida silvestre. Indubitavelmente, o planejamento adequado dos ecossistemas urbanos é tão importante à conservação ambiental quanto o estabelecimento de áreas naturais legalmente protegidas”.
“O desenvolvimento de mecanismos para a compreensão das conexões entre a urbanização e a degradação ambiental é um desafio complexo, dados os múltiplos fatores sociais, ambientais, culturais e econômicos que devem ser considerados nestas pesquisas. Mas é preciso produzir informações e conhecimentos que guiem planejadores e gestores em suas decisões”, concordam os pesquisadores.
PRINCIPAL OBJETIVO
De acordo com o professor Angeoletto, o principal objetivo do Projeto “Biodiversidade Urbana de Rondonópolis” é gerar conhecimentos para tornar as cidades mais amigáveis à vida silvestre. Ou em outras palavras, planejá-las para que sejam espaços de conservação biológica. “Como fazê-lo? Através de dois conjuntos de metas. O primeiro, indireto, visando diminuir a pegada ecológica urbana. Menos impactos urbanos de escala regional e global, menos extinção de biodiversidade. O segundo, direto, consiste em dar suporte à fauna silvestre, através de uma planificação da flora que abarque múltiplas escalas. Incrementar as árvores nas calçadas e praças, nos quintais, nas unidades de conservação urbana. Mesmo pequenos fragmentos de vegetação, como as árvores de um jardim, têm capacidade de atrair a fauna silvestre”, orienta.
“O que falta às cidades brasileiras é o conhecimento mais aprofundado sobre a diversidade biológica urbana. As informações sobre comportamento da fauna nas cidades alicerçam o planejamento, a gestão e a legislação. E essa é nossa ambição”, conclui o professor Angeoletto.
CONFERÊNCIAS
Além das atividades de pesquisa em conjunto com o Mestrado em Geografia da UFMT, os cientistas europeus ministrarão duas conferências em Rondonópolis, na próxima terça, na Câmara dos Vereadores, intituladas: Ciência Cidadã, ferramenta para estudos ecológicos: pesquisas com aves urbanas (Dr. Piotr Tryjanowski) e Ecologia Humana: O quê nos faz humanos? (Dr. Martin Hromada).
As conferências estão sendo organizadas pelo professor Fabio Angeoletto, e têm o apoio dos Mestrados em Geografia e Tecnologia Ambiental da UFMT; Secretaria Municipal de Meio Ambiente – Semma e Câmara Municipal.


Quem são os cientistas europeus

Piotr Tryjanowski, professor titular da Universidade de Ciências da Vida de Poznan, diretor do Instituto de Zoologia da mesma universidade PULS; editor-chefe do European Journal of Ecology, também membro dos conselhos editoriais de algumas outras revistas, como a PeerJ, Acta Ornithologica e Journal of Ornithology.
Ele publicou mais de 300 artigos nas mais prestigiosas revistas científicas do mundo, incluindo a Nature. Seus artigos foram citados mais de 7.500 mil vezes. Seus campos de atuação científica são: ecologia quantitativa, ciências veterinárias, parasitologia, ecologia urbana, e biologia da conservação.

O Dr Martin Hromada é professor titular da Universidade de Presov, Eslovaquia. Ele é vice-editor da Revista European Journal of Ecology, e publicou mais de 200 artigos, nas mais prestigiosas revistas acadêmicas. Suas pesquisas buscam desvendar os mecanismos socioambientais que ameaçam a biodiversidade global Ademais, Hromada coordena pesquisas em evolução das espécies e ecologia humana.
Os professores dizem que vieram a Rondonópolis porque eles estão muito interessados em desenvolver pesquisas conjuntas com a UFMT, com o objetivo de auxiliar na conservação do cerrado. “Na Europa todos comentam sobre a devastação da Floresta Amazônica, mas sabemos que o Bioma Cerrado, que tem tanta biodiversidade quanto a Amazônia, encontra-se em um estado ainda mais avançado de degradação. Também temos muito interesse em pesquisar a rápida urbanização das cidades médias do Brasil, como Rondonópolis. Essa cidades têm crescido em ritmo acelerado, e por isso é um desafio preservar a biodiversidade dessas cidades, ao mesmo tempo em que buscamos soluções para incrementar a qualidade de vida dos cidadãos”, explicam os cientistas europeus.

Martin Hromada, Piotr Tryjanowski e Fabio Angeoletto explicam que desde 2007, a população humana é majoritariamente global. Isto significa que a maioria dos seres humanos atualmente vive nas cidades, e não mais nas zonas rurais. Dado que a maior parte do crescimento urbano, em nível mundial, ocorre nas cidades com até 500 mil habitantes, estes pesquisadores vêm trabalhando conjuntamente para compreender a ecologia de cidades como Rondonópolis, e transformar esses conhecimentos em políticas urbanas socioambientais.
“É preciso encarar a urbanização não como um fardo, mas como uma oportunidade”, explica o professor Martin Hromada. “Precisamos planejar cidades como Rondonópolis para que elas não se tornem pesadelos urbanos, como as megalópoles de São Paulo ou a Cidade do México. Esses pesadelos urbanos não localizam-se apenas no Terceiro Mundo, inclusive na Europa as grandes cidades são bastante caóticas”, conclui o professor eslovaco.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns. Uma excelente iniciativa. No tocante aos gatos tenho a dizer que isso se faz necessário, passou da hora de Rondonópolis ter uma politica pública quanto ao aumento populacional de animais domésticos

  2. Parabéns Dr.Fábio por por mais esta iniciativa. Com certeza assistiria estas duas
    palestras na primeira fileira se tivesse condições de estar aí nesse dia. Tenho
    certeza que serão de grande valia para os acadêmicos, professores, empresários e a
    população em geral de Rondonópolis, pois poderão ver exemplos e escolher o proprio
    caminho de crescimento sustentável. Parabéns!!!!

  3. Parabéns professor Angeoletto! Esperamos que todo conhecimento gerado em suas pesquisas possam nortear políticas públicas para melhorar a qualidade de vida em Rondonópolis.

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