
Um grupo de mães da Associação de Apoio a Pacientes com Diabetes de Rondonópolis compareceu, ontem (14), à Câmara, para reclamar que o aparelho fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde para que as pessoas insulino dependentes possam medir o índice de glicemia, está “descalibrado”.
Com isso, resultados apresentados não estariam saindo precisos, o que pode causar sérios danos aos seus filhos, como a hipoglicemia.
“Há cerca de 30 dias trocaram o aparelho fornecido para medir a glicose. Este aparelho tem apresentado glicemia bem mais alta do que realmente está, chegando a diferença de até 100 mg/dl. Com isso, com o intuito de diminuir a glicose no sangue, injeta-se hormônio. Mas, como resultado está errado, acaba diminuindo mais a taxa, o que pode levar à hipoglicemia, causando até risco de morte”, alertou a 1ª secretária da Associação de Apoio a Pacientes com Diabetes de Rondonópolis, Daniele Santos.
“Já tivemos três casos de crianças que enfrentaram problemas por conta deste resultado errôneo apresentado por este equipamento fornecido recentemente pela secretaria. Estamos buscando os vereadores para nos ajudar a resolver esta situação, pois temos hoje em Rondonópolis entre crianças, adolescentes e adultos mais de duas mil pessoas portadoras de diabetes que são insulino dependentes”, explicou Daniele.
Ela denunciou ainda aos vereadores um outro problema que as mães estão enfrentando: a falta de insulina há mais de 30 dias na Farmácia de Alto Custo de Rondonópolis. Medicamento essencial para o tratamento do diabetes, a insulina é repassada pelo Estado.
A ida das mães à Câmara Municipal para participar da Ordem do Dia, ontem, foi articulada pelo vereador Dr. José Felipe Horta (PL), que é integrante da Comissão de Saúde da Casa de Leis. Ele cobrou uma solução rápida para os problemas.
“O Município precisa fazer algo rapidamente para encaminhar uma solução para estas questões. Não pode ver a sua população padecer e não fazer nada”, disparou.
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A presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereadora Marildes Ferreira (PSB), acionou a secretária municipal de Saúde, Ione Rodrigues, buscando respostas para os casos relatados. Após isso, uma equipe técnica da pasta foi até o legislativo conversar com as mães e os vereadores.
Sobre a questão do aparelho, a explicação dada é de que venceu o contrato com a antiga fornecedora e foi feito um novo processo licitatório, onde a atual empresa foi a vencedora por apresentar o menor preço.
A sugestão da Saúde é que as mães elaborem um relatório apontando os erros de medição para ser encaminhado à empresa responsável pela venda dos aparelhos e, com isso, buscar a correção. Em relação à falta de insulina, a resposta é de que foi feita a cobrança para o Estado mas, até agora, não há previsão de quando o fornecimento será retomado.