Caso foi registrado pelas câmeras de segurança do Pronto Atendimento da Unimed, que fica na Santa Casa de Rondonópolis
O homem que é suspeito de dopar e furtar o idoso José Francisco de Moraes (84), no dia 26 de junho último, ainda não foi identificado pela polícia. A ação foi registrada por câmeras de segurança instaladas em um Pronto Atendimento da Unimed, que fica na Santa Casa de Rondonópolis, bem como câmeras do próprio hospital.
Nas imagens da ação, que durou sete minutos, o idoso aparece sentado em frente a unidade, aparentemente já dopado, e um homem que supostamente o ajudava leva seu celular e sua carteira. Após ser deixado sozinho, o idoso acabou caindo do local em que estava sentado, sem consciência.
A neta de José Francisco, Thânia Gabriela, conversou com a reportagem e se mostrou indignada com a situação. Ela conta que a mãe e o avô estão morando com a mesma há pouco mais de dois meses, nas proximidades do Hospital Regional. “Meu avô tem o hábito de ficar ali próximo ao hospital conversando com as pessoas, passando o tempo. Nesse dia, cheguei para almoçar e ele não estava em casa, como demorou um pouquinho pra voltar fiquei preocupada. Logo começamos a procurar, contamos com a ajuda dos guardinhas que fazem rondas na região, fiquei desesperada. Fomos repassando foto dele nos grupos de WhatsApp, até que descobrimos que ele estava no Pronto Atendimento”, contou.
Conforme Thânia, após cair sem consciência, populares acionaram o Samu, que socorreu o idoso e o levou para o PA, já que supostamente ele aparentava estar alcoolizado. “Nessa hora eu já achei estranho pois meu avô não bebe. Pedimos exames para saber se ele tinha sofrido algo, algum mau súbito, mas não deu nada. Ele ficou mal por três dias, quando voltou a si, contou pra gente que um homem tinha dado algo pra ele beber”, explica. Conforme a neta, a avô contou que o homem fez promessas de um cadastro no programa “Minha Casa, Minha Vida”, bem como que entrou no Hospital Regional e bebeu um remédio lá dentro.
Devido a demora para entender o que aconteceu, o Boletim de Ocorrência foi registrado pela família somente na segunda-feira (31). “As imagens do que aconteceu são bem nítidas, e é possível ver com clareza o homem que estava com meu avô, e o momento que pega as coisas dele”, reforça. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), da Polícia Judiciária Civil (PJC). Até o momento, não há novidades sobre a situação.
CASO SEMELHANTE
Um caso semelhante ocorreu em Cuiabá em maio deste ano. Conforme foi divulgado pelo A TRIBUNA na época, um casal de idosos foi internado na Capital depois de ingerir refrigerante envenenado por um homem que se ofereceu para ajudá-los, segundo uma filha deles. Ela disse que os pais moram em uma propriedade rural em um município do interior de Mato Grosso e estiveram na capital para assinar documentos referentes a regulamentação fundiária. A filha registrou um boletim de ocorrência relatando o ocorrido.
Odílio Rodrigues dos Santos, 63, e Marli Terezinha dos Santos, 60, saíram de União do Sul, onde moram, e pararam em Sorriso, onde a filha mora, aproveitaram para vê-la. No outro dia, embarcaram novamente e chegaram à capital com a intenção de irem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), assinar papéis.
“Como estavam meio perdidos e são pessoas humildes, aceitaram o refrigerante. Isso era umas 10 horas da manhã e minutos depois passaram muito mal. Meu pai foi achado desmaiado atrás do Shopping Pantanal. Já minha mãe foi encontrada mais adiante e ajudaram ela a ir para o hospital”, contou a filha na época dos fatos.
Os dois foram atendidos no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) onde o lavrador não resistiu a acabou falecendo.
