22.2 C
Rondonópolis
, 17 junho 2024
 
 

“Fico admirado porque Rondonópolis hoje está uma cidade bacana”

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Serie Pioneiros bannerO aposentado Alcides Ferreira de Oliveira é o entrevistado deste domingo na série especial do Jornal A TRIBUNA que retrata pioneiros vivos de Rondonópolis. Ele participa desse espaço contando sua história, desde o nascimento na Bahia até sua mudança para Mato Grosso. Apesar de ter morado grande parte da vida na zona rural, atesta ter conhecido muitos pioneiros tradicionais do município. Um grande feito é que ele completará 100 anos de idade no próximo dia 2 de junho. Veja os detalhes:


O pioneiro Alcides Ferreira de Oliveira completará 100 anos de idade no próximo dia 2 de junho - Foto: A TRIBUNA
O pioneiro Alcides Ferreira de Oliveira completará 100 anos de idade no próximo dia 2 de junho – Foto: A TRIBUNA

Nascido em 02 de junho de 1917, Alcides Ferreira de Oliveira tem hoje 99 anos e se prepara para comemorar 100 anos de vida neste ano. Grande parte da vida, ele passou em Mato Grosso, especialmente tendo como referência a cidade de Rondonópolis. Por muitos anos morou na zona rural, mas nas vindas à cidade formou laços de amizades com muitos pioneiros importantes do município.
Alcides conta que nasceu em Bom Sucesso, hoje Ibitiara, na Bahia. Chegou em Mato Grosso em 1954, quando tinha 37 anos, fixando-se primeiro em uma fazenda no município de Poxoréu. Depois de cerca de quatro anos, mudou-se para uma propriedade rural que ele adquiriu no município de Rondonópolis. Trabalhava na formação de lavoura e com um pouco de gado. Produzia principalmente arroz, feijão e milho.
Mesmo morando na zona rural, Alcides vinha com frequência para a área urbana do município. Ele vinha fazer compras para abastecer a despensa, adquirir coisas para a família. Ele também vinha comercializar a produção. Nas vindas, conta que se utilizava de cavalo, jipão e também caminhão. A produção, segundo ele, era trazida em carro de boi. “Em Rondonópolis, o meio de transporte era charrete, não tinha táxi. Onde hoje é a Praça dos Carreiros era um ponto onde ficavam as charretes”, lembra.
Por muitos anos, o pioneiro conta que as ruas em Rondonópolis eram apenas de cascalho, havendo calçamento somente nas avenidas Marechal Rondon e Amazonas. Na cidade, Alcides conta que conheceu muitas pessoas tradicionais e relata os locais que frequentava. “O finado João Baiano foi o primeiro que eu conheci. Ele era dono da Casa Fagundes, que era um ponto de encontro do pessoal que vinha das fazendas”.

Alcides, junto da esposa Fidelcina Rodrigues, com quem teve 10 filhos - Foto: A TRIBUNA
Alcides, junto da esposa Fidelcina Rodrigues, com quem teve 10 filhos – Foto: A TRIBUNA

Além do João Baiano, que é pai do senador Wellington Fagundes, ele aponta o Bar do Miguel Mendonça, que também era muito frequentado. O João Morais, através da sua farmácia, era uma espécie de médico da família. O Zé Miranda, do Armazém Miranda, era outra referência para o pessoal vindo da roça, com as ferramentas disponibilizadas. Mais um pioneiro conhecido era o farmacêutico Conrado.
Até meados da década de 1980, Alcides morou na fazenda. No entanto, antes disso, por volta de 1973, os filhos dele se mudaram para a área urbana, para estudar e também trabalhar. A residência que a família estabeleceu e os pais continuam até hoje fica na Avenida Tiradentes. “Mudou tudo em Rondonópolis. Naquela época, só tinha as avenidas Marechal Rondon e Amazonas. Não tinha pensão, não tinha nada”, analisa. “Fico admirado demais hoje porque Rondonópolis está uma cidade bacana, tem muito movimento”, continua.
Já morando na cidade, provavelmente na década de 1990, o pioneiro diz que atuou por seis anos na presidência da Associação dos Pensionistas e Aposentados de Rondonópolis. A função da entidade era auxiliar os idosos a se aposentarem, além de garantir-lhes benefícios diversos, como a gratuidade no transporte coletivo. Após mudar para vários prédios, atesta que conseguiu viabilizar a sede própria da entidade em Vila Operária.
Alcides diz que não conheceu a mãe, pois morreu quando ele era bebê, e que o pai o abandonou quando tinha 5 anos. Ficou com os avós, mas o avô também logo morreu. Por volta de 7 a 8 anos, já teve que lutar para se manter. Ele é casado com Fidelcina Rodrigues de Oliveira, que tem hoje 89 anos de idade. Quando veio para Mato Grosso, tinha três filhos, sendo que outros sete nasceram aqui. Portanto, teve 10 filhos, além de 17 netos e 7 bisnetos.
“Acho que só tenho a agradecer por viver por muito tempo assim”, repassou o pioneiro para a reportagem. “Para a família, ver o pai completar 100 anos é uma satisfação muito grande, um grande prazer, o qual só temos a agradecer a Deus por cada dia de vida que lhe é concedido. Para nós, é uma grande alegria ele estar vivo”, externou um dos filhos.

Um registro antigo de Alcides, junto com um dos filhos, no caso o Pedro
Um registro antigo de Alcides, junto com um dos filhos, no caso o Pedro
- PUBLICIDADE -spot_img

1 COMENTÁRIO

  1. É interessante notar algumas coincidências interessantes que o Sr. Alcides conta em sua história de vida. Pois, além de vir do mesmo lugar, da mesma cidade e do mesmo Estado do meu pai, Ademar Alves dos anjos, ainda nasceram praticamente no mesmo ano. Só que ele nasceu alguns meses antes, e o meu pai, em setembro de 1917, pena que nosso pai já faleceu alguns anos atrás e não pode mais contar as aventuras e experiências que viveu aqui nesta terra tão rica abençoada, abençoada e acolhedora.
    Parabéns, sr. Alcides pelo vigor e lucidez, e mesmo com os avançados anos de idade ainda fala com propriedade de sua história que nos inspira muito!

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Brasil agora tem política nacional para Alzheimer e outras demências

Demência é um termo geral que engloba várias doenças neurodegenerativas que ocasionam a perda gradual de funções cerebrais. É...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img