Caminhoneiros de vários estados do Brasil prometem retomar os bloqueios de rodovias a partir desta quinta-feira (23/04). A ameaça dos protestos decorre da falta de consenso com o Governo Federal após reunião realizada ontem (22/04), na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília (DF), cuja pauta principal era a criação de uma tabela de preços mínimos de frete. Há previsão de ponto de bloqueio também na cidade de Rondonópolis.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso (Sindicam-MT), Roberto Pessoa Costa, sediado em Cuiabá, informou ao Jornal A TRIBUNA que está certa a retomada das paralisações da categoria para esta quinta-feira, em função da falta de acordo quanto à tabela para o preço mínimo do frete. Ele informou que pretende estar no município de Rondonópolis desde a madrugada desta quinta-feira, a fim de articular o movimento dos caminhoneiros na região.
Segundo informações, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, propôs a construção de uma tabela para o preço mínimo do frete, porém apenas referencial. No entanto, a categoria ligada aos caminhoneiros pedia a criação de uma tabela impositiva para o preço mínimo do frete, cujos valores passassem a ser adotados pelas empresas de transporte. Conforme Roberto Pessoa, a categoria já tinha alertado que, caso não houvesse avanço nas negociações, as interdições seriam retomadas.
Diante do impasse, a ameaça é que os bloqueios sejam retomados hoje, além de Rondonópolis, em várias cidades de Mato Grosso. Até ontem (22/04), estavam confirmados pontos de bloqueios em Mato Grosso nas cidades de Diamantino, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sinop, podendo se estender para outros municípios. Há informações também de paralisações no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraná.
O diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes, de Rondonópolis, foi um dos escolhidos para representar o setor empresarial do Brasil na discussão visando a criação da tabela de preços mínimos de frete. “Nossa expectativa era por uma tabela, nem que ela valesse por um ano. Isso só até o setor pelo menos atingir uma estabilidade para cobrir custos operacionais”, assinalou Mendes.
Ao final da reunião ontem em Brasília, os caminhoneiros deixaram o auditório da ANTT aos gritos de “o Brasil vai parar” e “caminhoneiros, unidos, jamais serão vencidos”.
No encontro, o governo garantiu, por sua vez, a continuidade do diálogo permanente com o setor.
A primeira onda de interdições nas rodovias nacionais pelos caminhoneiros ocorreu no mês de fevereiro deste ano.