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Cartão postal convive com esvaziamento

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Ao contrário de tempos áureos, público deixou de frequentar o Casario nos últimos anos. À noite, sem atração nenhuma e, de dia, sem movimento
Ao contrário de tempos áureos, público deixou de frequentar o Casario nos últimos anos. À noite, sem atração nenhuma e, de dia, sem movimento

Um dos principais cartões postais de Rondonópolis – o Casario – convive atualmente com o esvaziamento de público, seja da sociedade local ou de turistas. Pode ser à noite ou durante o dia, a presença de pessoas no espaço tem sido diminuta nos últimos anos. Na década passada, o Casario se tornou o principal ponto de encontro da cidade, desbancando por certo período a conhecida Avenida Lions Internacional. O cenário demonstra a necessidade de uma reavaliação quanto ao aproveitamento do Casario como complexo turístico, histórico e cultural do município.

O Casario viveu seu auge de prestígio popular entre 2005 e 2007, após o seu reavivamento e ampla reforma concluída no final de 2004. Nesse período de evidência, bares e restaurantes com música ao vivo, eventos constantes e shows musicais eram o grande atrativo. Contudo, o local foi sendo abandonado pelas pessoas, principalmente, devido à insegurança. Em 2008, o Casario foi cercado com grades para conter os atos de vandalismo e ganhou uma nova concepção da gestão municipal. Desde então, não vem tendo a utilização que merece.

Em 2013, o Casario foi comprado pela Prefeitura de Rondonópolis e, enfim, recebeu o processo de tombamento como patrimônio histórico municipal e tornado área pública municipal. Nem mesmo a recente reforma na estrutura física do Casario, com revitalização do espaço em 2013, trouxe de volta a participação popular. Agora, em fevereiro de 2014, alguns eventos isolados voltaram a ser realizados pelo poder público.

Nesta realidade, quem visita o Casario atualmente encontra o complexo com os boxes fechados durante a noite e, durante o dia, poucos boxes estão sendo abertos, apenas dois de artesanato com mais frequência. Um restaurante funciona apenas para o almoço. A reportagem constatou que a maioria dos boxes do complexo não está funcionando. Para piorar, sem uma programação fixa de eventos, o espaço está praticamente inutilizado, se tornando algo mais para contemplação.

O violeiro regente da Orquestra Viola Divina, Pedro Barbosa da Silva, cujo projeto tem uma sala no Casario, avaliou à reportagem que a Secretaria Municipal de Cultura deveria definir uma agenda, em parceria com artistas locais, com apresentações fixas no mínimo três vezes na semana, com atrações diferentes como mostra de artesanato, de comida típica e música de ritmos variados. Ou mesmo, sugere que poderia haver uma integração das artes, aliando o artesanato, as artes plásticas, a música e a dança. “Temos vários estilos musicais que poderiam se apresentar…”, entende.

Artesãos registram ausência de público no complexo

Um espaço turístico que não está tendo a presença de turistas. É dessa forma que as pessoas que ocupam os poucos boxes que estão em funcionando no Casario avaliam a realidade do complexo. Apenas dois boxes com venda de artesanato, um box como restaurante e outro como lanchonete funcionam no local, ainda assim no período diurno.

Atendente Janaína de Oliveira: “Os turistas reclamam que tinha que ter mais atrações e mais opções”
Atendente Janaína de Oliveira: “Os turistas reclamam que tinha que ter mais atrações e mais opções”

A atendente Janaína Franciele de Oliveira, que atua em um box que vende artesanato no Casario, externou ao Jornal A TRIBUNA que os turistas reclamam que deveria haver mais atrações e mais opções no complexo. Ela relata ainda que deveria haver mais comprometimento por parte das pessoas que possuem boxes em abri-los com frequência. Também atesta que deveria existir mais eventos para atrair os turistas.

Janaína diz que a falta de pessoas tem sido uma constante no Casario. “Esse é o único lugar para comprar uma lembrança de Rondonópolis, mas a maioria dos boxes está fechado. Os turistas acabam desanimando…”, externou. Caso o espaço fosse mais movimentado, atesta que a venda dos artesanatos no box em que atua seria muito melhor.

A artesã Flávia Rosa, que faz biojóias (jóias com sementes), lembra da época em que o Casario estava no auge e, diante da realidade atual, acredita que deveria ter uma união de segmentos como restaurantes, música e artesanato para movimentar o complexo. “Uma coisa puxa a outra”, justifica, lembrando que são poucas as opções com música ao vivo gratuita na cidade.

Artesã Flávia Rosa: “É um espaço lindo que está ocioso ainda. Podia ter um happy hour diário, uma atividade cultural à noite...”
Artesã Flávia Rosa: “É um espaço lindo que está ocioso ainda. Podia ter um happy hour diário, uma atividade cultural à noite…”

Se tivesse mais movimento, Flávia estima que poderia ficar com seu box de biojóias aberto durante o dia inteiro e contratar mais pessoas. “É um espaço lindo [o Casario] que está ocioso ainda. Podia ter um happy hour diário, uma atividade cultural à noite”, avalia ela, acrescentando que o mix de atrações, com artesanato, música e comida, é um grande chamariz.

Vale lembrar que o Casario é o local onde iniciou o povoamento do município.

 

Secretário diz que falta de recursos limita projetos

Secretário municipal de Cultura, Luciano Carneiro: Município vem procurando fazer parcerias para viabilizar eventos no Casario
Secretário municipal de Cultura, Luciano Carneiro: Município vem procurando fazer parcerias para viabilizar eventos no Casario

O estabelecimento de parcerias tem sido a opção atual para viabilizar financeiramente eventos no Casario. O secretário municipal de Cultura, Luciano Carneiro, informou, em entrevista ao Jornal A TRIBUNA, no mês de fevereiro deste ano, que existem vários projetos para o Casario, mas o problema era que o Orçamento da Prefeitura estava travado.

O secretário argumentou ainda que a gestão pública não pode fazer eventos no improviso, sob risco de reclamações e problemas. Ele avalia que qualquer projeto bem feito demanda, no mínimo, R$ 5 mil para sua concretização, incluindo toda estrutura. Caso for realizar um evento por noite, multiplicado pela quantidade de dias da semana, diz que o valor é muito alto.

Conforme Luciano, a gestão municipal está aberta para parcerias para realização de eventos de cunho cultural no Casario. Quanto à distribuição dos boxes do complexo para os diferentes segmentos de atividades existentes, respondeu que existe um limite no número de estabelecimentos voltados à alimentação. Além disso, diz que não pode autorizar nada que venha alterar a estrutura do local.

O secretário repassou ao A TRIBUNA ainda que muitos dos contratos de ocupação dos boxes no Casario foram rescindidos por não cumprimento dos propósitos, devendo haver uma nova avaliação para destinação desses espaços. Aliás, recorda que os restaurantes que existiam antigamente geraram estragos na estrutura do complexo.

Em um projeto existente para construção de uma espécie de praça coberta no pátio do Casario, Luciano diz que constam espaço para 10 estabelecimentos da área de alimentação. Contudo, a Justiça concedeu uma liminar proibindo a realização de quaisquer obras no complexo arquitetônico do Casario. A praça coberta era a esperança de dar uma nova vida cultural ao espaço.

Neste mês de fevereiro, a Prefeitura realizou alguns eventos em parceria na tentativa de movimentar o Casario, como o “Chimaré Cultural”, a feijoada pré-carnaval e uma exposição de orquídeas.

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