Os profissionais da educação decidiram aceitar a proposta apresentada na terça-feira (15) pelo Governo do Estado e após 67 dias de greve resolveram voltar às salas de aula. A decisão foi tomada ontem (17) em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) em Cuiabá. Em Rondonópolis, os educadores decidiram retomar as aulas na segunda-feira (21).
De acordo com a presidente da subsede do Sintep em Rondonópolis, Maria Celma Oliveira, hoje (18), a partir das 8 horas, a categoria estará reunida em assembleia na Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus para receber as informações sobre as deliberações do movimento, bem como das ações para programar a volta às aulas.
Ainda, segundo Maria Celma, ficou definido que a categoria irá acompanhar a votação da proposta na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), além de continuar cobrando a aplicação dos 35% de recursos na área de educação como está previsto na Constituição Estadual.
A última proposta do Governo do Estado, que foi aceita pelo Sintep-MT, ocorreu em uma reunião convocada pelo Ministério Público do Estado (MPE), quando o Governo antecipou o pagamento da primeira parcela de reajuste salarial para a categoria de maio de 2014 para março do mesmo ano, além de garantir o pagamento de 40% da hora-atividade e o restante dividido igualmente nos 2 posteriores anos. A proposta anterior apontava a divisão em 3 parcelas iguais.
CONQUISTA
Para o Sintep, a greve termina com a conquista política de dobrar o poder de compra da categoria em um prazo de 10 anos. “Este tipo de valorização profissional é inédita no país e reforça a luta dos trabalhadores da educação no Estado. Além disso, vitoriosamente os contratados começam a retomar o direito à hora-atividade, que foi suspenso no final da década de 80 pelo governo”, segue o sindicato em nota a imprensa.
O presidente do Sintep, Henrique Lopes do Nascimento, esclareceu aos contratados, que representam metade da categoria, que os contratos que seguem até 22 de dezembro deverão ser seguidos pelo governo. Caso haja necessidade de prorrogá-los, em virtude da reposição de aulas, deverá ser revisado. “A greve é um direito do trabalhador e as férias também”, reforçou.
Henrique Lopes reiterou ainda que a manutenção do pagamento dos salários, correspondente ao período de greve, foi uma garantia feita pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Secretaria de Estado de Administração (SAD) esta semana.
A GREVE
A greve dos educadores teve início em 12 de agosto. A categoria logo montou acampamento de greve ao lado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no Centro Político Administrativo (CPA) em Cuiabá com o objetivo de pressionar pelas negociações. Esta foi a greve de maior duração da história recente do Sintep de Mato Grosso.
