O ser Humano, por sua essência humana e divina, tem a necessidade de alguns complementos para sua vida, dentre eles, a crença em algo que extrapole a cotidianidade e que aponte para horizontes mais amplos. Sabemos que a formação social de uma pessoa passa pelos valores vivenciados em sua família e, nesse aspecto, a dimensão da fé é uma questão a ser analisada, pois a educação recebida em casa repercutirá na sociedade como um todo.
A edificação da fé, por sua vez, está intrinsecamente ligada à convivência em uma família na qual se possa ter, por meio da educação, a formação do caráter e da base religiosa. Podemos observar a importância da família para o equilíbrio da sociedade através da ênfase dos meios de comunicação social no que se refere às relações familiares: sempre que se mostra a vida de algum artista, por exemplo, o momento forte gira em torno do depoimento dos familiares. E ao falar em família, lembramos os mais diferentes tipos de família como fruto das mais variadas situações de encontros e desencontros.
Analisando a realidade que nos cerca, percebemos que só conseguiremos bons resultados na vida se tivermos uma boa convivência familiar; para tanto, é necessário acreditar, ter fé, ensinar, transmitir coisas boas, fazendo com que a busca de uma sociedade mais fraterna se torne um hábito de todos.
Com advento do capitalismo, princípios básicos da estrutura familiar ficaram um pouco esquecidos e isso tem afetado a nossa percepção em relação ao próximo. A corrente do consumo é tão forte que aos poucos nos tornamos egocêntricos e individualistas a ponto de convivermos na mesma casa e não sermos mais capazes de perceber a carência de um filho, da esposa ou do esposo. Essa falta de relacionamento sadio abre assim uma lacuna para que sentimentos estranhos à boa convivência comecem a ser disseminados em muitos lares: pouco diálogo, pouca acolhida, pouco amor. Com isso nos esquecemos de sentimentos elementares que podem contribuir para que a sociedade seja melhor estruturada, tais como: a empatia, o desejo de estar juntos, de conversar, de partilhar sonhos e dificuldades, enfim, de discutir, planejar e viver coletivamente.
Acreditamos que é tempo de investir na família e parar de dizer que família é uma instituição falida, pois há milhares de famílias que insistem em viver em harmonia e continuam espalhando amor por onde passam. A hora de refletir é agora. Como cantava Geraldo Vandré “vem, vamos embora, que esperar não é saber… quem sabe faz a hora não espera acontecer”. É hora de fazer uma análise profunda da nossa vida, de investir em nossas famílias e lutar para que o amor possa superar todas as barreiras que o egoísmo insiste em colocar em nossas vidas e em nossos relacionamentos familiares.
(*) Wiston Chaves, Luciano Lima e Ilson Rocha