As lendas urbanas estão presentes há muito tempo no imaginário popular de Rondonópolis. A historiadora Luci Léa Lopes Martins Tesoro, doutora em História Social pela USP, autora do livro “Rondonópolis-MT, um entroncamento de mão-única”, repassou à reportagem do Jornal A TRIBUNA um relato que ela registrara em suas pesquisas. Veja a descrição da sua narrativa:
“Até o início da década de 40, Rondonópolis não conseguia deslanchar. Somente a partir de 1947 é que o povoado passa a receber um significante contingente migratório, principalmente de nordestinos, de paulistas, de mineiros e de mato-grossenses que vem ao encontro da expansão da nova fronteira agrícola, que o governo objetivava integrar na economia do resto do país.
Naquela época, mesmo observando as mudanças e o crescimento que se projetava na cidade, os mais antigos moradores eram pessimistas e não apostavam no progresso de Rondonópolis. Segundo eles, desde há muito tempo, nas proximidades da antiga rodoviária, havia sido enterrada uma cabeça de burro com a finalidade de amarrar por todo sempre o desenvolvimento do lugar. Por este motivo muitos moradores se recusaram, nos anos 40 e 50, em obter a posse de terrenos urbanos, e ainda até hoje se perguntam: será que desta vez a cidade vai mesmo para frente?”.
