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Rondonópolis
, 10 maio 2024
 
 

Famílias começam a explorar o turismo

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Algumas famílias ao longo da “Rodovia do Peixe” começam a explorar a atividade do turismo como fonte de renda. Os negócios começaram a amadurecer principalmente após o começo do asfaltamento da estrada, em 2008. Até então, as propriedades se fechavam para o público externo e apenas familiares e amigos dos proprietários tinham a possibilidade de aproveitar as potencialidades da região.
Há 18 anos na região, o comerciante Reni (Remi) Motter diz que somente teve uma visão mais comercial sobre sua propriedade, às margens do Rio Vermelho, após o asfaltamento. Ele montou na propriedade uma lanchonete e tem estrutura para receber pescadores e aluguel de barcos. Também tem a intenção de construir um alojamento e um restaurante. Mas reclama da falta de apoio governamental. “Para isso, tudo tem um nome: dinheiro, e não tenho”, alega.
Seguindo pela estrada, logo após, vem outro exemplo mais estruturado da exploração da atividade turística. Em um rancho junto ao Rio Vermelho foram montados uma pousada e um restaurante. Desde 2007, a área foi focada para o turismo e hoje vive exclusivamente dessa exploração. Para tanto, além de refeições e da pousada, oferece estrutura para pesca, passeio de barco para conhecer as belezas da região, além de outros atrativos.
A estrada acaba sendo um chamariz também para o turismo rural. Ao longo da estrada, estão muitos ranchos, chácaras e até sítios. O movimento de turistas pode fomentar a venda da produção local, a exemplo de galinhas, queijos e outros produtos caseiros. Num futuro, uma alternativa seria a hospedagem com foco exclusivo no mote da vida rural.

Rio Vermelho, por causa da pesca, é um dos principais atrativos da região
Rio Vermelho, por causa da pesca, é um dos principais atrativos da região

Profissional enfatiza necessidade de apoio público

A turismóloga e empresária do ramo de agenciamento Denise Tolosa Nogueira reconhece o grande potencial turístico da região da “Rodovia do Peixe”, mas reforça a necessidade do poder público auxiliar na consolidação do turismo do local. “Há muito atrativo ‘solto’, ‘jogado’, que precisa de estrutura para o turista vir”, explica.
Na verdade, Denise Nogueira avalia que toda aquela região tem um potencial voltado ao eco-arqueo-turismo de aventura, reunindo ecologia, arqueologia e condições para esportes radicais, além do próprio turismo rural que está intrínseco nas propriedades. Ela explica que as terras da localidade não são propícias à agricultura ou pecuária comercial, sendo o turismo uma opção de fomentar a economia das famílias ali estabelecidas.
Há cerca de 20 anos famílias começaram a ocupar a região. Em síntese, Denise Nogueira informa que são três glebas – a Selva de Pedra, a Rio Vermelho e a São João – que formaram o Projeto de Assentamento Rio Vermelho. Para haver essa exploração do turismo pelas famílias, defende uma aliança do público com o privado, no sentido de orientar, qualificar, criar projetos e buscar fontes de financiamento com esse intuito.
“Precisamos de estrutura para receber o turista, de bons restaurantes, hospedagem, entretenimento, guiamento, entre outros. Atrativos têm, mas não está devidamente estruturado”, diz. “Sem apoio do poder público para mostrar a essa população sobre o que é preciso fazer, haverá mais degradação do meio ambiente e não terá estrutura. Eles não têm dinheiro para começar”, acrescenta.

Turismóloga e empresária Denise Nogueira diante de gruta que servia de abrigo natural para povos pré-históricos
Turismóloga e empresária Denise Nogueira diante de gruta que servia de abrigo natural para povos pré-históricos

Formações rochosas guardam resquícios pré-históricos

Assim como na Reserva Ecológica João Basso, achados pré-históricos também podem ser encontrados com facilidade nas formações rochosas ao longo da “Rodovia do Peixe”. Vale dizer que a famosa reserva ecológica que possui a “Cidade de Pedra” está do outro lado do Rio Vermelho. Mas, ao contrário da reserva ecológica, os estudos/pesquisas científicos(as) praticamente inexistem na região da estrada parque.
As grutas da região possivelmente serviam de abrigo natural para povos primitivos. A gruta mais conhecida é a “Manoel do Nascimento”, no km 22, à margem direita da “Rodovia do Peixe”. Em outra gruta, que passa despercebida aos olhos, localizada na margem direita da estrada, as inscrições e gravuras rupestres se multiplicam, evidenciando que a região é habitada há milhares de anos.
Como os estudos científicos são praticamente inexistentes nessa região possivelmente grande parte do seu material arqueológico ainda não foi descoberto. A turismóloga e empresária Denise Nogueira alerta ainda que, nesse contexto, todo esse tesouro histórico está se perdendo com a ação do tempo e a degradação humana, já que não há nenhum tipo de controle sobre essa área. Na verdade, cita a necessidade urgente de fazer um inventário das diversas riquezas naturais da região.
No fim do trecho asfaltado, por volta do km 24, ainda é possível contemplar uma parte das formações rochosas da “Cidade de Pedra”, na Reserva João Basso. Inclusive, já existe uma ideia de futuramente se construir uma ponte pênsil ligando à “Rodovia do Peixe” com a “Cidade de Pedra”.

Vereador sugere ligação da estrada com o São Lourenço

O vereador Cido Silva (PP) pediu recentemente, através de ofício, ao governador Silval Barbosa (PMDB) que a “Rodovia do Peixe” seja interligada ao Rio São Lourenço. Com essa continuidade, não seria mais necessário utilizar a rodovia BR-364 para chegar até o São Lourenço, encurtando o caminho de pescadores e turistas. Conforme o vereador, seria uma forma de fomentar ainda mais o turismo na região.

Dicas do que fazer na região

Para quem quer passear na região da “Rodovia do Peixe”, vale informar algumas opções de alimentação e diversão. Para a pesca, a maioria das propriedades permite o acesso de pescadores ao Rio Vermelho, cobrando R$ 5,00 para motos e R$ 10,00 para carros. Vale ressaltar que este é o último fim de semana antes do começo da piracema. Há opções de hospedagem com ar condicionado e simples. Passeios de barco no ribeirão Ponte de Pedra e próximo a cachoeiras saem por R$ 15,00 por pessoa. Alimentação inclui pratos da fazenda como galinha caipira, porco caipira, além do peixe. Aluguel de barco sai na faixa de R$ 50,00/a diária. Há ainda aluguel de quiosque para churrasco/a diária.

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