O exemplo não veio

O início do ano político em Rondonópolis não poderia ter começado de forma pior. O dia 1º de janeiro, que seria de festa para os eleitos no pleito de 2016 devido a cerimônia de posse, terminou em baixaria. As imagens que ficaram são de envergonhar. Chegamos ao ponto de agressões físicas em nossa cidade durante a disputa para cargos. A grande pergunta que fica é: se fosse para brigar por algo em benefício do povo, os ânimos seriam os mesmos?
Briga-se pelo benefício próprio, pelo benefício ao partido, pelos benefícios aos apadrinhados, pelos cargos conquistados, pelos que serão distribuídos e pelo poder de barganhar. A briga não é por você cidadão, e mesmo que fosse, nada justifica autoridades se prestando ao papel ridículo visto durante a eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Vereadores.
No Brasil, estamos acostumados com a falta de exemplo e de respeito por parte da classe política. É triste assumir, mas, quando surge um bom exemplo, ficamos até espantados. Quando se inicia um novo ciclo na política de nossa cidade, a expectativa é de que as coisas melhorem, que será um novo tempo… Esperamos o exemplo positivo. O exemplo não veio. Em um dia de festa e comemoração, o interesse pessoal falou mais alto e o que veio depois, todo mundo já sabe. Podemos afirmar o que provocou a reviravolta na composição da mesa? Não, não temos provas, e tudo que não se prova se torna apenas falas levianas. Mas, pelos ânimos e até pelas agressões, a discussão parece não ter sido em vão.
Será que o problema da nossa cultura política somos nós mesmos, que não estamos fazendo nossa parte? Será que continuamos votando errado? Homens e mulheres empenhados em melhorar nosso quadro político, a vida das pessoas, deveriam assegurar um debate de qualidade. Esperamos o exemplo daqueles em que confiamos o nosso voto, não o ridículo. Que aquilo que foi visto domingo não se repita, que seja apenas um lapso de bom senso dos vereadores da cidade e não uma marca dessa atual Câmara. Espera-se trabalho e a defesa dos interesses da cidade e do povo. Diz o ditado que é preciso respeitar para ser respeitado. Pois bem, a falta de respeito com o povo aconteceu, que saibam agora reconquistar com trabalho o que foi perdido.