De quem é a culpa?

Uma notícia que veio de Cuiabá ontem chamou bastante a atenção, principalmente para nos dar uma ideia do que acontece com grande parte da nossa juventude. As Delegacias do Adolescente e de Defesa da Criança e do Adolescente de Cuiabá realizaram uma operação e encontraram uma casa do bairro Nova Esperança, na Capital, onde 24 menores de idade curtiam uma festa regada à bebida alcoólica no horário em que deveriam estar na escola.
Os estudantes eram de diversas unidades de ensino de Cuiabá, e além de beber, eles também faziam uso de narguilé, que comprovadamente é extremamente mais prejudicial que o cigarro. A entrada era de R$ 10 para meninas e R$ 15 para meninos, e quem recolhia o dinheiro era a mãe de uma das adolescentes, que acabou presa, juntamente com outros 17 homens adultos que estavam na festa.
Veja bem, são jovens deixando a escola para consumir bebida e fumar junto a maiores de idade, enquanto seus pais acreditavam que eles estavam estudando. E a culpa é de quem? Da mãe e do pai quem não educam? Da escola que não controla os adolescentes? Dos professores que não ensinam? Dos próprios adolescentes que não querem nada com nada? Das políticas de educação que não atraem?
Para procurar e apontar culpados, as opções são muitas. Agora, buscar formas para que essa juventude retome o caminho correto, é mais complicado. Em situações assim, há de se levar em conta pais omissos, estudantes desinteressados e que não querem saber de nada e escola deficiente. Mas há de se considerar também a corrupção de menores, bons pais que nem imaginam o que o filho está aprontando, e educadores esgotados de tentar lutar por estudantes desinteressados.
O caso é bem mais complexo do que se pode imaginar, não se trata apenas de rebeldia. Não são apenas esses adolescentes, é uma grande parcela da juventude. Se no horário que se tem reservado do dia para estudar, se preparar para um vestibular, uma universidade ou para o mercado de trabalho, eles preferem beber e fumar? O que esperar para o futuro deles? São perguntas que devem ser feitas e pensadas, tanto por quem fornece a educação, por quem educa, por quem tem responsabilidade e por quem tem amor aos filhos. É melhor prevenir!