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Rondonópolis
, 11 maio 2024
 
 

Contrassenso

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Em um cenário nacional de crise, o Município de Rondonópolis, pelo menos até o ano passado, vem sobrevivendo com certa folga perante as notícias desastrosas da economia, se consolidando cada vez mais como uma importante e atrativa cidade para se investir. Há alguns anos, quando o setor do agronegócio perdeu uma eleição, alguns retiraram seus investimentos e acreditava-se que a cidade iria “quebrar”, mas isso não aconteceu, a cidade só vem se fortalecendo.
As notícias para o Município são ótimas, você sabia, por exemplo, que Rondonópolis teve o segundo maior aumento em Mato Grosso quanto ao Índice de Participação dos Municípios para 2016? Isso determina o valor de repasse que cada município irá receber referente à arrecadação de ICMS. A cidade que comporta multinacionais, o processamento dos grãos, os maquinários, a cerveja, os trilhos, o combustível, enfim, a riqueza… A cidade poderia muito bem estar tão bem organizada e desenvolvida quanto Maringá (PR), por exemplo, e quem sabe, com tantos investimentos e arrecadação crescendo, pudesse estar até melhor.
Mas, se Rondonópolis arrecada cada vez mais, porque a cidade não melhora para o seu povo? Pra onde vai o ISS recebido da concessionária Rota do Oeste e da América Latina Logística? Pra onde vão tantos recursos importantes que chegam e que a população não sabe em que são gastos? A arrecadação própria do Município cresce e ele não consegue sequer tapar os buracos nas ruas da cidade. É de se estranhar. Um bom administrador realiza mudanças até sem dinheiro, e com dinheiro, ele deveria operar milagres.
Talvez já tenha passado da hora de se investigar o que realmente acontece em Rondonópolis, a cidade não tem dinheiro para nada enquanto o que arrecada só aumenta? Talvez uma atuação verdadeira da Câmara de Vereadores, ou outros órgãos de cunho investigativo, nos dê respostas para tantas dúvidas…
A desigualdade social é um mal mundial, mas a desigualdade em Rondonópolis pode ser amenizada. Dê ao seu povo saúde, água na torneira o tempo todo, ruas transitáveis, asfalto de qualidade, galerias de água pluviais, iluminação pública decente. Distribua a riqueza do Município para quem vive nele. Nosso poder público precisa terminar suas obras, cumprir suas promessas.
Rondonópolis precisa ser uma cidade que realiza sonhos, de verdade!

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  1. Gostaria de parabenizar o EDITORIAL do A TRIBUNA pelo texto muito bem redigido e que está em sincronia absoluta com o pensamento da população! Ao menos da parcela da população que enxerga mais do que um palmo a frente do nariz!
    Coincidentemente, estive em Maringá-PR passando as férias de final de ano e é impressionante a diferença de desenvolvimento entre as duas cidades em questão! A limpeza das ruas, a arborização, a eficiência do trânsito, o cuidado com o calçamento público, as praças bem cuidadas, as decorações natalinas abundantes, enfim, uma cidade de pimeiro mundo!
    E como foi muito bem relatado pelo EDITORIAL, causa estranheza Rondonópolis não ter ao menos uma fração da qualidade de vida, que salta aos olhos lá em Maringá!
    E causa mais estranheza ainda se compararmos as duas cidades com números (disponíveis no site do IBGE):
    Maringá tem apenas 12% da área territorial de Rondonópolis e possui quase o dobro da população. Impressionantemente, em Maringá há somente 80 estabelecimentos de saúde SUS, enquanto em Rondonópolis com metade da população 86! Porque então lá não existe essa sensação terrível de precariedade no atendimento? Porque lá existem inúmeros leitos de UTI pediátrica enquanto aqui, há anos o jornal publica matérias recorrentes sobre a falta deles?
    Em Maringá, mais da metade da população (54%) está ocupada (trabalhando), em Rondonópolis apenas 31%!
    Se somarmos os alunos matriculados no ensino médio e no ensino fundamental, Maringá perde pra Rondonópolis, mais uma vez: 16% contra 20%!
    No quesito trânsito, Maringá tem uma frota aproximada de 168 mil veículos de passeio (um veículo para cada 2,12 habitantes) enquanto Rondonópolis tem 48 mil veículos de passeio (um veículo para cada 4 habitantes)! Então porque lá o trânsito não desorganizado como o daqui?
    O PIB per capita do maringaense é de pouco mais de R$35 mil, enquanto o do Rondonopolitano, pouco mais de R$32 mil! (não é tão diferente assim!)
    Vendo os números e visitando as cidades, pode-se chegar à conclusão de que a qualidade de vida absolutamente incomparável entre as duas cidades, não pode ser atribuída à falta de acesso da população à educação ou à saúde, ou mesmo à diferença de renda entre os habitantes das duas cidades: a diferença está na ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e no envolvimento do POVO.
    Lá, dá vergonha de jogar um papel na rua, tudo é limpinho, há coleta seletiva de lixo em todo canto e há usinas de reciclagem até para as folhas das árvores (que se transformam em adubo)! O trânsito é organizado, apesar de haver muita dificuldade para estacionar no centro, como aqui! Mas os semáforos e as conversões das ruas favorecem a fluidez do trânsito!
    O plano diretor da cidade foi desenvolvido para o longo prazo, com mudanças significativas no zoneamento, prezando a expansão da área de comércio de produtos e serviços na área nobre! Enquanto aqui em Rondonópolis temos concreteiras, dragas de areia, borracharias imundas no CENTRO DA CIDADE! Como explicar isso, senão com a FALTA DE COMPETÊNCIA E VONTADE DOS GESTORES?
    É difícil compreender como em uma cidade com clima infinitamente mais ameno do que o nosso, as árvores não só são parte da paisagem urbana como são absolutamente adoradas pela população local! Enquanto nós, com um sol escaldante convivemos com a aridez desértica em praticamente toda a cidade, e particularmente no centro da cidade convivemos com os comerciantes que assassinam as árvores para “não prejudicar a fachada”! Porque? Como assim? Porque temos que disputar as sombras das árvores sobreviventes do extermínio? Porque não podemos ter uma densidade de vegetação maior para nos proteger da insolação implacável da nossa cidade? O que falta senão competência da administração pública?
    Porque nossa cidade tem um emaranhado de fios elétricos que mais se parecem com as gambiarras das favelas paulistas ou cariocas? Isso no centro da cidade!!!! Porque não podemos ter uma rede compacta como em Maringá, onde a rede se adapta às árvores e não vemos essas podas absurdas promovidas pela concessionária de energia local!
    Enfim, sei que muitas pessoas vão questionar o porque de eu ainda estar aqui e porque não voltar pra Maringá! Acho que é a fé! Fé de, quem sabe um dia, ver o progresso chegar até a cidade que escolhi pra viver, onde constituí família e onde tenho inúmeros amigos! Fé de ver a gestão pública não ser compelida a fornecer dados sobre a transparência somente por liminares ou ordens judiciais! Fé de ver o gestor público utilizar os recursos fartos que o município arrecada, com melhorias concretas à população! Fé de ver meus filhos terem orgulho de terem nascido aqui, assim como eu tenho de ter nascido lá! Fé de ver as ruas desérticas de Rondonópolis, formarem verdadeiros túneis verdes, como em qualquer rua de Maringá! Fé de olhar pros meus netos no futuro e pensar: “Que bom que eu tomei a decisão de vir pra cá!”

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