Sem estradas

O estado maior produtor de grãos do Brasil não tem estradas em condições para o transporte da produção. Não deixa de ser novidade para os mato-grossenses a precariedade das nossas rodovias para o escoamento da produção estadual. A novidade que todos esperamos é a providência do Estado em fazer os investimentos necessários na nossa infraestrutura logística.
Reiteramos várias vezes os enormes prejuízos causados para os produtores mato-grossenses. Conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), publicada ontem no Jornal A TRIBUNA, o custo operacional para o escoamento dos grãos é aumentado em 30,5% em função da má qualidade da pavimentação das rodovias usadas no transporte de soja e milho.
Assim, o Brasil perde muito em competividade em relação a concorrentes mundiais na exportação de soja e milho. Apesar da grande participação do agronegócio na economia nacional, principalmente gerando superávit na balança comercial, até hoje o Governo Federal não deu a devida importância para fortalecimento do setor logístico, para o escoamento da produção.
Todas as ações lançadas até agora, como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa de concessões, ainda não geraram resultados significativos em Mato Grosso. Prova disso é que a primeira versão do PAC, em 2007, até hoje não concretizou nem a metade da duplicação da BR-163/364 entre Rondonópolis, Cuiabá e Posto do Gil.
Temos um grande caminho a percorrer em se tratando de logística… Para piorar, também conforme noticiado ontem pelo A TRIBUNA, existe a indefinição da continuidade das obras de duplicação da BR-163/364 entre Rondonópolis e Cuiabá, em função do ajuste fiscal praticado pelo Governo. Nossos representantes políticos não podem aceitar mais esse adiamento.
No entanto, mesmo diante de tantos compromissos não cumpridos, o Governo Dilma fala agora em lançar, em breve, um pacote de investimentos em logística. Por tudo falado aqui, Mato Grosso merece ser contemplado e, enfim, ser uma prioridade de investimentos no setor…
O produtor rural faz sua parte, o Governo deve fazer a dele!