Impacto do novo anel

Renderá ainda muita polêmica o anúncio da construção de um contorno rodoviário em Rondonópolis, uma espécie de novo anel viário, para desviar o tráfego pesado do perímetro urbano da BR-163. A decisão, conforme anunciado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, é certa, uma vez que está prevista essa construção no contrato da nova concessionária da rodovia em Mato Grosso.
As reclamações devem surgir principalmente dos setores empresariais diretamente ligados ao fluxo de veículos pesados, como oficinas, peças e combustíveis. As empresas que atendem aos caminhoneiros estabeleceram na travessia urbana da BR-163 e cresceram em função do grande movimento de tráfego pesado. Quando do desvio do tráfego para o anel viário, essas empresas perderão grande parte do movimento.
Certamente devem ocorrer ainda discussões acerca das desapropriações de áreas para a construção desse contorno e ainda para a definição do melhor traçado. O Jornal A TRIBUNA revelou que a concessionária tem um prazo de dois anos para definir o projeto, com o seu traçado. Para isso, a sociedade não pode dormir no ponto e precisa acompanhar de perto essa confecção, dando sugestões e ideias para a melhor eficácia do projeto.
Uma das ideias já colocadas à tona é para que seja avaliada a possibilidade de empresas com negócios voltados para o tráfego pesado tenham a opção de transferir suas instalações para as margens do novo anel viário. É algo a ser proposto à concessionária e, principalmente, algo a ser estudado. Outra necessidade é sobre a realização de um estudo dos impactos dessa nova rota nos negócios hoje estabelecidos na travessia urbana. Muitos espaços comerciais certamente ficarão ociosos e, diante disso, que nichos podem ser incentivados nesses locais?
A sociedade rondonopolitana tem de participar enquanto é tempo! Depois do projeto pronto e do início da construção, toda mudança é mais difícil. O certo é que hoje realmente o intenso tráfego de caminhões passando pelo perímetro urbano local se tornou inviável. Contudo, as mudanças devem ser feitas da melhor forma possível, para não deixar sequelas negativas na economia de Rondonópolis. O prazo é para que o novo anel viário fique pronto até 2021 e, até lá, renderá muitas discussões…