A rotina dos vetos

A decisão do prefeito Zé Carlos do Pátio divulgada na edição de ontem do A TRIBUNA, onde o gestor vetou todas as emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mostra que a relação do prefeito com a Câmara de Vereadores ainda não está totalmente fechada quando o assunto é LDO ou até mesmo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA), que deve ser votada no final do ano.
Nos últimos anos, quando estes dois projetos vão ser votados, é sempre assim, executivo e legislativo entram em desacordo.
Vale destacar que na LDO deste ano, o vereador Adonias Fernandes (PMDB), que é presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, teve o cuidado de evitar ao máximo emendas, prevendo justamente essa possibilidade de vetos por parte do executivo. Fernandes resolveu transformar em indicação todos os pedidos relacionados a asfalto ou a melhorias de infraestrutura, discutidas nas audiências públicas, e para ajudar a atual gestão foram apresentadas somente seis emendas. Por outro lado, a tática do vereador não deu certo, pois mesmo com apenas seis emendas, o prefeito vetou todas.
O curioso nesta briga entre o executivo e legislativo é uma questão que volta e meia vem à tona, trata-se de um pedido que todos os anos, deste quando Pátio assumiu, é incluso na LDO. O prefeito, este ano, mais uma vez fez constar na LDO a autorização para remanejar em até 25% o orçamento sem ter a necessidade de consultar o legislativo.
Os vereadores, por outro lado, apresentaram uma emenda suprimindo esse pedido de Pátio, pelo terceiro ano seguido e novamente o prefeito veta essa questão.
O certo, para evitar todo esse desgaste, seria discutir com os vereadores antes mesmo de colocar um veto ou enviar o projeto ao Legislativo. Pois Pátio sabia que a Câmara não iria aprovar o projeto e os vereadores também sabiam que Pátio iria vetar, portanto está faltando apenas um diálogo maior nesta questão.
A Câmara, nos últimos meses, tem se mostrada parceira do prefeito, e então Pátio, que foi um hábil deputado, está perdendo a oportunidade na hora de negociar com os vereadores. O pior é que os problemas entre o prefeito e o legislativo somente ocorrem nestas situações, quando entra em questão a LDO e o Orçamento, duas questões de suma importância para o desenvolvimento de Rondonópolis.