MENOPAUSA E CLIMATÉRIO

Climatério é o nome dado ao período de transição da mulher entre a fase adulta e a velhice, que vai dos 40 aos 65 anos aproximadamente. Nesta fase, inicia-se um declínio da capacidade orgânica do corpo e acontece a última menstruação de sua vida, chamada de menopausa.
Conforme dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), a menopausa significa que o ovário deixou de produzir hormônios e não ovula mais, começando um período de carência de estrogênio – principal produto de secreção hormonal.
“É essa fase que pode trazer consequências desagradáveis à vida da mulher, os chamados sintomas menopáusicos ou climatéricos. Os principais são as fortes ondas de calor ou fogachos. Junto a isso há fadiga, irritabilidade e mau humor, que podem afetar até mesmo atividades profissionais e relacionamentos afetivos, piorando substancialmente a qualidade de vida”, revela.
Outro problema que as mulheres enfrentam durante o climatério é a perda de lubrificação vaginal – que depende de um bom nível de hormônios – comprometendo também a vida sexual. Além disso, mulheres que vivem esse período estão mais suscetíveis a desenvolver, a longo prazo, doenças cardiovasculares e osteoporose.
TRATAMENTO
Se o evento marcante é a falta de hormônios, o tratamento mais plausível e eficaz é a Terapêutica de Reposição Hormonal (TRH), que pode ser aplicada por via oral ou cutânea – através de creme, gel ou adesivo. Porém, como qualquer outro tratamento medicamentoso, deve ser considerada a relação risco x benefício.
“A meu ver, os benefícios da TRH suplantam amplamente os riscos apresentados. O alívio dos sintomas é notório e a boa qualidade de vida é quase que 100% retomada. Há a manutenção do trofismo vaginal, em que os tecidos de revestimento da vagina se vitalizam, além de que com a TRH, os riscos de doenças futuras diminuem”.
Em contrapartida, o principal risco que o tratamento pode apresentar é o surgimento de câncer de mama. Porém, dr. César afirma que o índice de incidência é mínimo. Conforme ele, o quadro pode ser comparado a viajar de avião, uma vez que o transporte é eficiente, mas ao mesmo tempo há o risco – ínfimo – dele cair.
“Vale dizer que, atualmente, as formulações da TRH são mais equilibradas, com doses de hormônios substancialmente reduzidas graças a novas análises. Felizmente a medicina de hoje dispõe de diretrizes bem estabelecidas que muito ajudam na escolha da linha hormonal mais apropriada para cada paciente”.
Dr. César informa que além do tratamento medicamentoso há também o comportamental, que deve ser essencialmente adotado por todas as mulheres. Evitar ganhar peso, adotando alimentação não gordurosa e com poucas calorias; praticar atividade física; evitar cigarro, álcool e café; e tratar eventuais doenças que sejam concomitantes com esse período, são alguns exemplos que ajudam a manter uma boa saúde nesta etapa da vida.
“Toda mulher precisa estar preparada para essa fase. Ao contrário do que muitas pensam, a chegada da menopausa não é o fim. É importante lembrar que a expectativa de vida atual está próxima dos 80 anos de idade. Se bem orientada, toda mulher pode se ver livre dos sintomas”, encerra.