A vitamina é tão importante ao organismo que, desde 2004, passou a ser adicionada a farinhas e derivados de milho em todo o país.
O ácido fólico, também conhecido como folato ou vitamina B9, é essencial para o bom funcionamento do corpo humano. Esta vitamina age diretamente na formação das hemá-cias do sangue.
“Quando uma pessoa está com deficiência de ácido fólico ela pode desenvolver a anemia megaloblástica”, alerta o dr. Sérgio Peixoto, professor-titular de obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e membro da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Mas o mais importante benefício relacionado ao ácido fólico está na gravidez. A manutenção de níveis adequados da substância previne uma série de problemas no feto, inclusive malformações. Isso porque, a vitamina age diretamente na formação do tubo neural, uma estrutura embrionária que se, no desenvolvimento do feto, dará origem à medula vertebral e cérebro, entre outras estruturas importantes.
“O ácido fólico em níveis bem adequados participa intensamente da formação do tubo neural do feto, fazendo com que ele se feche em uma época normal. Quando a paciente está com deficiência do ácido, pode ocorrer um comprometimento no fechamento do tubo neural do feto e o consequente aparecimento de problemas”, analisa o doutor.
Os principais problemas decorrentes de defeitos do fechamento do tubo neural (DFTN) são malformações congênitas como a anencefalia e a espinha bífida.
Prevenção
Para reduzir as chances de complicações, as mulheres devem procurar um médico obstetra antes mesmo de engravidar. Nesta consulta elas receberão orientações sobre quando e como realizar a suplementação de ácido fólico.
“O ideal é que a paciente comece o consumo dois ou três meses antes de engravidar e mantenha durante toda a gravidez. Se a paciente tiver um antecedente de gestação com má formação neurológica de feto, as doses serão bem maiores”, revela o especialista.
“De um modo geral, as doses diárias recomendadas são alcançadas em dietas equilibradas. A suplementação só é indicada em casos de carência, gravidez ou de anemias megaloblásticas.
Assim como qualquer medicamento ou vitamina, cápsulas de ácido fólico não devem ser consumidas sem orientação médica. Segundo o dr. Peixoto, o consumo excessivo e prolongado é prejudicial à saúde. Alem disso, por determinação da ANVISA, atualmente no Brasil todas as farinhas de trigo e milho, bem como derivados do milho, devem conter doses extras de ácido fólico. A medida foi tomada com a intenção de aumentar a ingestão entre a população, principalmente pelas mulheres em idade fértil.
Outros benefícios
Ainda de acordo com o dr. Peixoto, o consumo de ácido fólico pode reduzir e normalizar os níveis de homocisteína no organismo.
“O ácido fólico é um intermediário muito importante no metabolismo da homocisteína, que é um aminoácido que participa de muitas afecções vasculares. Sem ácido fólico este aminoácido se acumula, podendo levar a doenças cardiovasculares”, revela.
