Papo Político

1- EIS SENHORAS E SENHORES
que a ida do prefeito Ananias Filho (PR), candidato à reeleição, à Câmara de Vereadores na sessão da última quarta-feira (19) foi, talvez, um dos fatos marcantes nesta campanha eleitoral e na visão desta Coluna o prefeito errou pela forma que agiu.
Ananias atacou verbalmente o vereador Mohamed Zaher (PSD) ao responder as denúncias feitas pelo parlamentar na sessão do dia 5 de setembro.
Naquela oportunidade, o vereador do PSD havia denunciado que o prefeito teria feito saques de forma irregular do Fundo do Procon de Rondonópolis.
Ao ir à Câmara para responder as denúncias de Mohamed, o prefeito soltou uma verdadeira metralhadora verborrágica contra o vereador. Chamou Zaher de invejoso e lembrou fatos do passado que em muitas oportunidades eram explorados pelos adversários do vereador, mas sem comprovação. Para completar o prefeito disse que foi o responsável pelo vereador ter assumido a presidência da Câmara de Vereadores em razão de Zaher, segundo Ananias, não ter capacidade de articulação política.
Ananias errou em atacar Zaher, pois era uma ação totalmente desnecessária, pois o prefeito não ganhou nada agindo dessa forma à essa altura da campanha eleitoral.
A Coluna acredita que bastava Ananias explicar os motivos dos saques do Procon, como realmente explicou, que a situação estaria resolvida. Até mesmo pelo fato de que usar o dinheiro do Procon para comprar ambulâncias, como frisou o prefeito, é algo que uma grande parcela da população, ou toda ela, compreenderia, como compreendeu. Fora isso, Ananias disse que um parecer da procuradoria lhe deu garantias que ele não havia feito qualquer tipo de irregularidade, portanto bastava responder o questionamento e evitar os ataques ferozes que fez a Mohamed.
NO ENTANTO,
a Coluna até estranhou o fato de Zaher não ter ido “para cima” de Ananias. Em outros momentos o vereador não perdoaria e também responderia com a mesma moeda. O fato de Zaher não ter partido também para as ofensas pessoais coloca o vereador em uma posição de vítima nesta história, até mesmo pelo fato dele ter respondido que quando Ananias o procurou na década passada, ele teria ajudado o prefeito com um emprego e com bolsa de estudos no Cesur, que era de sua propriedade. Talvez, o prefeito queria provocar Zaher para esquentar o debate na Câmara, em torno da campanha eleitoral e Mohamed, orientado de que um revide poderia ter proporções eleitorais, resolveu segurar a onda.
Por outro lado, a Coluna entende que a ira de Ananias contra Zaher é justificável, pois nos últimos meses os dois viraram desafetos históricos na Câmara de Rondonópolis. Basta ver o histórico de discussões entre os dois, desde quando Ananias foi eleito presidente da Câmara pela segunda vez, deixando Zaher totalmente isolado naquele processo eleitoral, porque os demais companheiros do PR apoiaram o projeto de Ananias.

2- POR FALAR EM CLIMA DE ELEIÇÃO,
a sessão da Câmara também foi marcada por um bate-boca entre os vereadores Zé Márcio Guedes (PR) e Reginaldo dos Santos (PPS). De um lado, Guedes acusou o candidato do PPS a prefeito Percival Muniz, de não ter planejado a cidade nos seis anos em que administrou Rondonópolis.  O republicano citou como exemplos as obras das avenidas Bandeirantes e da duplicação da MT-270, onde Percival teria feito as obras e não pensado, por exemplo, nas rotatórias.
Reginaldo respondeu que o fato de construído a avenida Goiânia e a avenida Brasil, além de ter feito os PSFs são provas do que Percival planejou.
No entanto, as próximas duas sessões da Câmara de Vereadores prometem ser marcadas pelo debate eleitoral. Talvez seria a hora de Ananias aproveitar que neste momento tem maioria no parlamento e ir para cima do grupo do Percival. Neste caso, o ataque é válido, pois não está sendo feito pelo prefeito de forma pessoal, como ocorreu na situação com Mohamed Zaher, e sim através do grupo de vereadores da base aliada.
Aliás, a Coluna estranhou quando na sessão do dia 5 de setembro, Zaher fez as denúncias das retiradas do fundo do Procon e da utilização de Câmaras de Segurança em repartições municipais, onde nenhum dos vereadores da base aliada de Ananias havia feito naquele momento qualquer tipo de manifestações em defesa e deixado Zaher nadar no seu discurso em cima de Ananias.

3- POR FALAR EM DISCURSO,
o ex-vereador Juca Lemos é o que mais está conseguindo reverter em votos, proporcionalmente, a participação nas sabatinas, que estão ocorrendo quase que diariamente, envolvendo os três candidatos a prefeito. A Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (Acir) deve inclusive realizar uma sabatina nesta segunda-feira.
Com bom humor e tiradas inteligentes, Juca tem até arrancado aplausos em ambientes na maioria das vezes dominados por militantes de Ananias e de Percival.
A Coluna aliás considera que se teve um vencedor na sabatina promovida pela Diocese na terça-feira, 18, esse vencedor atende pelo nome de Juca Lemos.
No entanto, para Juca melhorar a sua situação eleitoral ele precisa ainda de uma retaguarda maior e um pouco mais de estrutura.
Na sexta-feira, em conversa com a Coluna, Juca reclamava que desconfia que há grupos do PMDB e do PSB que estariam pressionando lideranças petistas a impedir gravações de Lula pedindo votos para alguns candidatos a prefeito pelo Brasil, e ele seria um desses candidatos. Por outro lado, ressabiado, Juca já entrou em contato com petistas pedindo uma gravação de Lula.

4- A COLUNA ENTENDE
que a não ida de Percival ao debate da TV Cidade/Record tirou um pouco do brilho do evento, que foi muito bem organizado e conduzido pelo experiente jornalista gaúcho e radicado há décadas em Cuiabá, Rogério Andreatta. Percival alegou que não foi em razão de que seus assessores classificarem o debate com possíveis ligações políticas da TV Cidade com o deputado federal Wellington Fagundes e também em razão da falta de clareza das regras do debate. O que consideramos como desculpas sem fundamento.
Por um lado, a assessoria de Percival estaria preocupada com alguma “pegadinha”, mas a Coluna entende que a experiência de Percival e a boa forma que adquiriu nos últimos anos no parlamento estadual lhe dariam a segurança necessária para sobressair nesse debate e sem cair em pegadinhas.
No entanto, para Juca e Ananias esse debate serviu como uma espécie de treinamento para os próximos  que virão.
Em 2008, o prefeito Zé do Pátio (PMDB) que havia ido mal na maioria dos debates realizados, acabou se sobressaindo no da TV Centro América, que foi o último da campanha, como também deverá ser agora, e literalmente passou por cima de Adilton Sachetti (PR). Pátio praticamente sacramentou a sua vitória naquele debate.

5- A COLUNA LAMENTA
a morte do candidato a vereador e servidor público do município João César Domingos da Silva, PMDB, que era leitor assíduo deste espaço desde a época que a Coluna era conduzida pelo jornalista João Batista de Toledo. João César foi assassinado com dois tiros na nuca nas proximidades do Anel Viário de Rondonópolis.
A morte de João César é um prejuízo incalculável para a cidade, em razão do conhecimento que ele tinha da máquina pública. João César aprendeu as entranhas da prefeitura de Rondonópolis com Valdecir Feltrin e tinha profundo conhecimento de tudo que ocorria dentro do paço Municipal em termos de investimentos de infraestrutura.
A Coluna pede que as autoridades policiais trabalhem com dedicação total para elucidar esse crime e tirar todas as dúvidas com relação as causas e os motivos que levaram a execução sumária do servidor público. Nossos pêsames aos seus familiares.