1- EIS SENHORAS E SENHORES
que o Partido da República, o PR, tanto na esfera estadual como no município vai precisar de uma boa dose de conversa internamente.
No município, tudo indica que o processo para a escolha de um pré-candidato a prefeito de Rondonópolis caminha para ser bastante traumático e tanto o presidente regional da sigla, Wellington Fagundes como o municipal Galeno Tadeu Esteves terão que gastar muita saliva para conter pelo menos dois dos três pré-candidatos do partido, independente da decisão que for tomada.
Enquanto o deputado estadual Sebastião Machado Rezende tem mantido uma postura reservada, evitando ataques e confusões; o presidente da Câmara de Vereadores, Ananias Filho e o deputado estadual Ondanir Bertolini, o Nininho, agem como adversários mortais e tem trocado farpas sempre que se encontram e em entrevistas.
Nesta semana, o vereador Ananias Filho chegou ao auge da provocação ao dizer que Nininho é deputado de Itiquira e que ele, Ananias, teria um nível intelectual diferente do parlamentar estadual.
Nininho, por outro lado, tem demonstrado muita insatisfação com essa demora de uma definição do PR e insistido que tem o apoio garantido do senador Blairo Maggi e do ex-prefeito Adilton Sachetti.
Tudo indica que caso a escolha do partido caia sobre Nininho, o grupo de Ananias Filho, que por sinal é barulhento, vai se rebelar e se a escolha recair em cima de Ananias, com certeza Nininho vai se rebelar, e ainda tem mais: caso o PR não lance candidato, os dois que são bons no grito, vão se rebelar e deixar um verdadeiro abacaxi para Galeno e Wellington descascarem.
NININHO,
aos poucos vai entendendo que para ser reconhecido como candidato em Rondonópolis vai precisar estar mais presente no município, e para isso o deputado já está apostando em uma velha estratégia, que em 2008 deu certo com o então deputado Zé Carlos do Pátio, que venceu naquele ano as eleições para prefeito.
Pátio soube tirar proveito da cadeira de deputado para pavimentar a sua candidatura e umas das ideias do então deputado, hoje prefeito, foi usar e abusar das chamadas audiências públicas, que na visão desta Coluna dá muito retorno político ao parlamentar que propõe a audiência, pois mesmo que o resultado final não seja a consolidação do desejo da população, o parlamentar alega que a parte dele foi feita, convocando autoridades para debater o assunto e fora isso, o parlamentar que propõe a audiência ganha uma grande mídia de forma gratuita.
No passado havia até chamada em horário nobre da televisão anunciado a audiência e o nome do deputado que estaria propondo a discussão.
O FOGO AMIGO
no PR não está somente na esfera municipal e vai muito além, a entrevista-bomba do ex-diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot é prova disso. Pagot não perdeu a oportunidade e deixou o PR, sem antes partir para cima do presidente regional do Partido, o deputado Wellinton Fagundes.
Pagot acusa o contraventor Carlinhos Cachoeira e o diretor da empreiteira Delta, Claudio Abreu, de tramarem para derrubá-lo da presidência do Departamento Nacional de Infraestrutura, no ano passado.
No dia 10 de maio de 2011, segundo gravações da PF, Cachoeira disse a Abreu que “plantou” as informações contra Pagot na imprensa. “Enfiei tudo no r… do Pagot”, diz Cachoeira.
E para completar, Pagot foi para cima de Fagundes, acusando o deputado de fazer pressão em favor da Delta. Pagot disse que Fagundes queria que o Dnit fosse menos exigente com a Delta no episódio do asfalto da BR-163. Fagundes, no entanto, negou que haveria feito pressão em favor da Delta. “Fiz pressão pela celeridade da obra. Fiz pressão pela população de Mato Grosso”, disse Fagundes à Revista Época.
Porém é bom deixar claro que a Delta é uma gigante no setor e tinha contratos com quase todos os estados e municípios de médio porte do Brasil. A Delta não entra em concorrência no Brasil para fazer número e geralmente ganha a maioria. A empresa pegou bons contratos no estado do Rio, por exemplo, como as obras do Maracanã. E não se engane, a Delta esteve presente aqui em Rondonópolis também.
NA NOSSA CIDADE,
a empresa ganhou em 2008 a licitação para fazer a coleta de lixo. O contrato foi assinado exatamente no dia 31 de dezembro de 2008, último dia da gestão do ex-prefeito Adilton Sachetti, pela direção do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear). O referido processo é o 52/2008 da licitação número 13/2008 e no valor de R$ 162.522,15 mensais.
A Coluna não quer fazer nenhuma acusação de irregularidade nessa questão, até mesmo pelo fato do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público não terem questionado e nem o sucessor de Sachetti, Zé Carlos do Pátio que também não questionou e o serviço prestado pela empresa era de boa qualidade, pois a coleta de lixo, que hoje não está mais sendo feita pela Delta, era muito bem feita, quase não havia reclamações.
Vale dizer ainda que apesar de outras empresas terem entrado na disputa, apenas a Delta compareceu no dia do certame. Porque disto não sabemos explicar. O que a Coluna quer dizer é que a Delta esteve sim atuando em nossa cidade e também em Cuiabá e Várzea Grande.
POR OUTRO LADO,
no começo deste mês um jornal de Brasília e os blogs Fala Sério DF e o do deputado federal e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, divulgaram a seguinte informação, que o Papo vai reproduzir: “ O Fala Sério DF apurou que houve dispensa de licitação para a realização das obras que terão um custo de dezenas de milhões de reais. Dirceu (José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil) e Cachoeira uniram forças e exerceram seu grande poder de tráfego de influência para faturar a obra e muito dinheiro. Todo o esquema foi denunciado por uma empresária que acabou envolvida com a operação Monte Monte Carlo e teve suas contas bloqueadas pela Justiça Federal. A empresária em questão é Neide Leão. No ano passado, a empresa dela é especializada no desenvolvimento de projetos ligados a saneamento básico e fica sediada em Cuiabá, Mato Grosso. Neide Leão trabalhou em uma obra conduzida pela Delta e cerca de R$ 100 mil foi depositada na conta-corrente de sua empresa sem seu conhecimento. Depois desse fato, a justiça colocou a empresa de Neide no rol das investigadas no esquema de Cachoeira. A mesma empresária se tornou um arquivo vivo, pois durante seu trabalho com a Delta teria conhecido de perto uma série de transações feitas entre a Delta e políticos importantes no cenário nacional, entre eles José Dirceu e a obra em que ele está envolvido, no aeroporto de Guarulhos. Quando o Ministério Público Federal ouvir o depoimento da empresária Neide Leão um novo escândalo se abaterá sobre o PT nacional e a presidente Dilma terá fortes dores de cabeça…”.
O que nos chama a atenção é que tudo indica que a empresária Neide Leão, caso não seja uma homônima, que aparece na reportagem citada acima, foi diretora-técnica do Sanear na gestão do ex-prefeito Adilton Sachetti, e justamente na época em que a Delta ganhou a licitação para a coleta de lixo em Rondonópolis.
2- APENAS PARA LEMBRAR O LEITOR,
esta coluna foi escrita na última quarta-feira e desde quinta-feira este colunista entrou de férias, e neste período o Papo Político não será publicado retornando depois do dia 15 de maio. E ainda, decidi desligar o celular para evitar as ligações que estão ficando frequentes do “Homenzinho de São Paulo”. Ele agora que não liga mais a cobrar, disse que conseguiu créditos ilimitados de uma operadora e com isso resolveu passar boa parte do seu dia e da sua noite me ligando. Portanto, alguma novidade só depois das minhas férias.
