Papo Político

1- O GOVERNADOR
Blairo Maggi (PR), voltou a criticar na noite de segunda-feira (12) a decisão do empresário Mauro Mendes de trocar o PR pelo PSB com a intenção de disputar o Palácio Paiaguás.
“Respeito à decisão dele. Só que não posso deixar de dizer que fiquei chateado, pois ele poderia perfeitamente construir um projeto dentro do PR”, disse Blairo.
Para o governador, o candidato do seu grupo político ao governo do Estado será mesmo o atual vice-governador Silval Barbosa.
Blairo Maggi confirmou que está, de fato, avaliando a possibilidade de disputar o Senado da República no próximo ano. Com isto, ele deverá renunciar o mandato até 03 de abril de 2010.
Na opinião do governador socialista, os aliados políticos terão um papel decisivo no projeto eleitoral. Blairo Maggi voltou a defender a pré-candidatura à presidência da Republica da atual ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT).
Para ele, a candidata petista auxiliará mais Mato Grosso numa eventual vitória. Para ele, o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, quer seja José Serra (PSDB) ou Aécio Neves (PSDB), fará uma gestão privilegiando os estados da região Sudeste.
2- AS IDAS E VINDAS
do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) a Rondonópolis já causam certo “desconforto” aos lideres ligados ao prefeito José Carlos do Pátio (PMDB), que encaram as visitas como mero marketing político para a campanha ao governo em 2010. O deslocamento de Silval para Rondonópolis já foi realizado oito vezes neste ano e o grupo de Pátio cobra uma ação mais efetiva por parte do vice-governador ao invés de “mero discurso e encenações eleitorais”.
Capitanear recursos é mais do que uma obrigação do vice-governador, segundo avaliam fontes próximas ao prefeito.
Contudo, querer que Zé do Pátio declare, desde já, apoio para a candidatura de Barbosa já seria demais. Até o momento, de acordo com os líderes mais próximos de Pátio, apenas um convênio foi firmado entre o governo e a Prefeitura de Rondonópolis. “É muito pouco para quem quer muito”, ressalva uma fonte.
A “rusga” entre os dois peemedebistas começou na eleição municipal do ano passado, quando Silval foi “acusado” de abandonar o companheiro de partido (Pátio) para não bater de frente com o governador Blairo, que apoiava o seu amigo e candidato derrotado, Adilton Sachetti (PR), ex-prefeito do município.
Querer que Zé do Pátio declarasse já apoio ao colega correligionário é encarada pelo grupo e pelo próprio prefeito como uma tamanha incoerência e só evidência que as “feridas da campanha ainda não foram cicatrizadas”. Pelo contrário, estão sendo expostas com a atitude de Pátio e sua ausência diante da comitiva governamental, Blairo e Silval Barbosa, como ocorreu ainda no domingo, quando da inauguração da Rodovia do Peixe.
Apesar do PMDB trabalhar no fortalecimento da candidatura de Silval Barbosa para assumir o Palácio Paiaguás, tendo como principal articulador o deputado federal Carlos Bezerra, Zé do Pátio já chegou a declarar que será coerente e grato e vai subir no palanque daqueles que o apoiaram no pleito do ano passado. A tal gratidão é direcionada ao prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), cotado a ser candidato ao governo no próximo ano e que foi um fiel apoiador de Pátio para a Prefeitura de Rondonópolis.
VALE LEMBRAR
que Zé do Pátio venceu praticamente sozinho as eleições do ano passado contra os poderosos grupos de Maggi, Sachetti, do deputado federal Wellington Fagundes (todos do PR) e, de quebra, o do deputado estadual Percival Muniz (PPS), que na reta final do pleito subiu no palanque republicano.
E ISTO FICOU
bastante claro quando Zé do Pátio não participou oficialmente das duas inaugurações feitas por Blairo Maggi, em Rondonópolis, no domingo, 11. Na inauguração da Avenida Daniel Clemente, no bairro Jardim Morumbi, o prefeito chegou às 15h30 e esperou o governador até as 17h15, cumprimentou as autoridades e foi embora. Na principal solenidade presidida pelo governador, a inauguração da Rodovia do Peixe (MT-471), Pátio deixou o local por estar ”cansado de esperar” o governador, que se atrasou.
3- PARA O SENADOR
Democrata Jayme Campos, é tardia a procura do PR para um entendimento com os Democratas. “Já passou da hora, agora acho difícil ter uma conversa porque o DEM já tem uma posição sobre como construir uma candidatura ao governo”, disse.
A declaração de Jayme soou como resposta para a posição adotada recentemente pelo governador Blairo Maggi (PR) de ampliar a abertura para debates entre o PR e os Democratas.
No entanto, Jayme antecipa em seu discurso o grau de distanciamento dos partidos.
Para o senador, o PR adotou um posicionamento político que cria dificuldades para a realização de um acordo com o DEM.
O cenário nacional também tem criado condições favoráveis para a construção de aliança entre o DEM e o PSDB de Mato Grosso.  Com uma parceria desenhada com os tucanos, o Democrata está cada vez mais confiante na possibilidade de ter Jayme na cabeça de majoritária. Entusiasmada com a possibilidade, a direção estadual, sob o comando de Oscar Ribeiro, tem dado novo ritmo aos encontros ampliados.
Segundo Oscar, o partido tem arregimentado reforço nos atos políticos para de fato lançar Jayme ao governo.
4- DIRIGENTES DO PR
se animam e já falam em manter a base aliada que elegeu e reelegeu o governador em 2002 e 2006. O secretário-geral do PR, Emanuel Pinheiro, disse que uma eventual candidatura do governador Blairo Maggi (PR) ao Senado, em 2010, sempre foi um desejo das cúpulas estadual e a nacional do partido.
O governador, que havia descartado entrar participar do próximo pleito eleitoral, reavaliou seu posicionamento e  admitiu a possibilidade de entrar na disputa por uma das duas vagas ao Senado Federal que Mato Grosso tem direito. “Agora, precisamos conversar melhor, para sabermos se ele vai entrar na disputa ou não. Afinal, até agora, não existe nada de oficial”, disse Emanuel Pinheiro.
A respeito da falta de espaço para o presidente regional do partido, o deputado federal Wellington Fagundes, que vem trabalhando seu nome para disputar o Senador, Pinheiro avaliou que não haverá complicadores a respeito da possibilidade de recuo do parlamentar. “O próprio Fagundes sempre colocou que o desejo dele era que Maggi fosse candidato a senador”, destacou. “Temos que analisar a realidade com respeito. Sabemos do potencial do governador, como liderança e puxador de votos, mas precisamos ir além e montar uma estratégia de campanha para 2010”.
O dirigente republicano também colocou como praticamente certa a aliança com PMDB e o PP, ainda que a legenda aguarde uma conversa final com o DEM. E, agora, com a saída do empresário Mauro Mendes do PR para o PSB, uma nova conversa com os socialistas.