A Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio da superintendência de Gestão Penitenciária da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), cogita a transferência de pelo menos 300 presos das unidades prisionais de Cuiabá para a Penitenciária “Eldo Sá Correa”, a Mata Grande, em Rondonópolis. A informação foi repassada pelos integrantes do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI) que, preocupados com o assunto, se reuniram ontem no auditório da Acir e também com o promotor de Justiça Henrique Schneider, titular da 1ª Promotoria Criminal de Rondonópolis.
Segundo o secretário executivo do GGI, Nildeson Cândido da Silva, a entidade não pode interferir na decisão de transferência dos presos, uma vez que é uma determinação do Estado. “O GGI não tem autonomia sobre as transferência, mas é contra”, pontua. “Hoje, cumprem pena na Mata Grande em torno de mil e cem presos. Segundo muitos agentes prisionais, a unidade não comporta mais detentos devido a questões de insalubridade, periculosidade, insegurança, necessidade de mais efetivo policial e de agentes prisionais”, acrescenta Nildeson Cândido.
TROCA
Conforme ele, para implantação das tornozeleiras eletrônicas no sistema prisional local, o Estado quer em troca a transferência dos presos da Capital para Rondonópolis. “A sociedade local merece coisa melhor do que este tipo de barganha. É preciso mais efetivo para as polícias Militar e Civil, mais peritos, mais agentes para dar conta da demanda que hoje existe. Temos que chamar a sociedade civil organizada de Rondonópolis e dizer não a isso. Eu temo esta situação e os integrantes do GGI também”, externou.
Ele explica que, com os presos, virão também as suas famílias. “Imagino que muitas famílias não têm instrução, qualificação e qualquer chance de ingressar no mercado de trabalho local. Com isso, sem alternativas de sobrevivência, vão praticar crimes”, alerta.
Na tarde de ontem, o GGI e os presidentes dos conselhos de segurança se reuniram com o promotor de justiça Henrique Schneider. “Ele [promotor de Justiça] fez uma série de explanações sobre esta proposta do Estado para Rondonópolis. Repassou que a ideia foi um pedido do Estado acatado pela justiça criminal da Comarca de Rondonópolis. Acredito, mas ainda não é confirmado, que num prazo de dez a quinze dias já começam as transferências de presos da Capital para Rondonópolis”, revelou Nildeson Cândido.
