“Saborosas são para mim vossas palavras, mais doces que o mel à minha boca” Sl 118, 103.
Contextualizando, “a Igreja no Brasil dedica todo o Mês de Setembro a Bíblia. Sem dúvida é uma iniciativa muito salutar. A motivação provém do fato da Igreja celebrar no dia 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que a pedido do Papa Dâmaso (366-384) preparou uma excelente tradução da Bíblia em latim, a partir do hebraico e do grego; a chamada Vulgata. Foi um trabalho gigantesco que demandou cerca de 35 anos nas grutas de Belém, onde ele realizava esse ofício, vivendo uma austera vida de oração e penitência. São Jerônimo dizia que quem não conhece os Evangelhos não conhece Jesus”. (Prof. Felipe Aquino).
Existem muitas formas de olharmos a Bíblia. No entanto, agora com muita liberdade de aproximarmos à Bíblia de uma maneira contextual, comunitária e, de ser possível ecumênica. Mas esta proposta não é um novo método, senão um processo dinâmico, porque não se trata só de apresentar técnicas ou dinâmicas de grupo. Mas de proporcionar uma vivencia e experiência de beber na fonte que jorra da Bíblia que alimenta a vida e indicam caminhos.
A conexão entre Bíblia e vida, e comunidade nos dá certeza da mesma maneira, que Deus esteve com o povo no passado, está hoje conosco em nossas lutas presente por uma igreja renovada e por um mundo mais justo, humano e solidário.
Precisamente, porque se trata de interpretar a vida com a ajuda da Bíblia, a leitura que se propõe deveria ser ecumênica, porque o mais ecumênico que temos é a vida. E leitura ecumênica é aquela que interpreta a Bíblia em defesa da vida sem se aprisionar em uma religião mas ela é força luz e bússola na caminhada de todos os povos, culturas , raças e cores.
Convido a Você caro leitor, para conhecer como a bíblia chegou até nós?
Como estarmos acostumados a manusear e ler a bíblia com tanta naturalidade pensamos que ela nos foi presenteada por Deus, como um livro pronto e acabado, a parte da história sem interação com o tempo.
A Palavra falada e a Palavra escrita
No início, as histórias da Bíblia e sobre o Deus da vida e os grandes feitos dos heróis não chegaram nem mesmo a ser escritos. Simplesmente, foram contadas de geração em geração, nas rodas de bate-papo entre as famílias e os amigos como forma de transmitir aos outros a sua fé no Deus que criou e que separou o povo escolhido, para transmitir sua vontade aos seres humanos e ser o berço de Jesus, o Salvador da humanidade.
Passaram-se o tempo, sentiram necessidade de registrar estas histórias em livros. Os que hoje estão agrupados em nossa bíblia foram escritos originalmente em peças separadas e foram usados independentemente uns dos outros durante muitos anos.
“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho” (Sl 118, 105).
Quantos livros têm a Bíblia?
A Bíblia católica é composta por 73 livros divididos em 46 do Primeiro Testamento e 27 do Segundo Testamento.
Diferenças de Bíblia: A Bíblia Evangélica contem 66 livros que quer dizer 7 livros a menos.
Que São: Dentre os inúmeros livros apócrifos (que não foram escritos por inspiração divina), existem 7 livros sagrados reconhecidos pela Igreja Católica que não constam no Primeiro Testamento da Bíblia cristã: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque.
O Primeiro Testamento conta a história de Deus que ‘conversa’ com o seu povo, com Israel. Deus cria, revela-se, estabelece alianças, e liberta seu povo e nasce a esperança que se concretiza no Êxodo. Também, os patriarcas, os juízes, as tribos, os reis, os profetas, o Messias como promessa, que se realiza no segundo Testamento.
O Segundo Testamento, apresentam a história de Jesus Cristo, englobando acontecimentos durante sua vida e após a sua morte. Os Atos dos Apóstolos narram a história mais antiga da Igreja, enquanto os quatro Evangelhos retratam, de formas diferentes, a vida de Jesus. O Segundo Testamento contém também as cartas de São Paulo, entre outras.
Quem Escreveu a Bíblia?
A bíblia é fruto da inspiração divina e do esforço humano. Dezenas de homens, mulheres, jovens, velhos, pais, mães, agricultores, operários, sacerdotes, profetas, reis, pastores de ovelhas, gente rica e gente pobre, pessoas simples como nós, foram usadas por Deus, durante um período de aproximadamente mil e trezentos ou mil e quinhentos anos, para escrever as suas experiências comunitárias, suas doutrinas.
Pois não podemos deixar de falar de tudo quanto vimos e ouvimos!” Atos 4,20.
A bíblia Revela a manifestação de Deus na história do homem.
Deus, no seu imenso amor, quis dar-se a conhecer ao homem e Mulheres, e estabelecer com eles um diálogo de amizade.
(*) Maria Aparecida Silva, é Pedagoga, Psicopedagoga e membro da coordenação diocesana de Pastoral
