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Em tempo de advento

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Com a celebração do domingo de Cristo Rei do Universo, a Igreja Católica encerrou o Ano Litúrgico. Com o primeiro domingo após inicia-se um novo tempo, o advento. Tempo significativo na vida e na espiritualidade das comunidades cristãs. Retoma Jesus que se encarnou e se fez solidário com as alegrias, sofrimentos e esperanças da humanidade. Esperam-se dias melhores, de justiça e paz, de liberdade e igualdade. A vinda do Messias traz esperança, empenho e compromisso, mudança de vida, conversão do coração, abertura para a partilha, quebra do egoísmo e do individualismo. Tempo de evangelização nas comunidades e expectativa da chegada do Messias, Filho de Deus, em seu projeto de vida, liberdade, partilha, fraternidade e salvação.

A Igreja nos propõe a conversão, partilha e oração, conforme o profeta Isaias, para que se restabeleça a justiça e se manifeste a presença salvadora de Jesus. São Paulo exorta: “Estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito, a vontade de Deus em Jesus Cristo. Não apagueis o espírito! Não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom. Afastai-vos de toda espécie de maldade! Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! Aquele que vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso” (1Tes. 5,16-24).

Papa Francisco nos ensina: “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se alegra com alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado” (EG 2.) Neste sentido advento é convite para proclamar e testemunhar que “a nossa salvação está mais próxima agora, do que quando abraçamos a fé” (Rm 13,11).

Esse período que antecede o Natal nos põe em ritmo de espera e desperta a atitude de acolhida. É o Senhor Deus que vem e quer ser acolhido nos corações humanos, nas comunidades e na humanidade. A experiência ensina que esperar pessoas queridas cria expectativas: O cuidado com a preparação do ambiente, a acolhida, a manifestação de amor e de carinho. Acolher bem as pessoas proporciona ambiente de diálogo, de proximidade, de alegria e de confiança. Esperar a chegada do Salvador Jesus Cristo desenvolve a sensibilidade para perceber os sinais da presença do Deus na vida e na sociedade em meio ao mundo marcado por desafios, guerras, tensões, medo, fome, abandono, desestruturação da vida, desigualdades, violência, intolerância, males que afligem a humanidade, desfiguram o rosto das pessoas e expressam a ausência de Deus na vida.

O profeta Isaias clama: “Esta é a voz que grita no deserto: preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas estradas para que todas as pessoas possam ver a salvação de Deus” (Is 49,3). A preparação da vinda do Senhor concretiza-se em gestos concretos que se expressam nas iniciativas de partilha entre as famílias e nas comunidades, pois a preparação do Natal recria dentro a sensibilidade em favor dos que sofrem e vivem à margem da vida.

Deus quer nascer no presépio do mundo e ser sinal de vida, de esperança e de salvação. A nossa atitude é de acolhimento, de mudança das estruturas para recriar um mundo novo. Deus vem ao nosso encontro. A iniciativa é dele. Ele nos amou por primeiro. Mas Deus espera que cada um saiba acolher o irmão para nele ver e sentir a presença de Deus.

Vem Senhor, Jesus, alerta para a espera confiante. Tempo de vigilância: “Sabeis em que tempo estamos vivendo: já chegou a hora de acordar, pois nossa salvação está mais próxima agora do que quando abraçamos a fé. A noite avançou e o dia se aproxima. Portanto, deixemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz. Como de dia, andemos decentemente; não em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem. nem em rixas e ciúmes”. (Rom. 13.11-14)

Tempo de alegria porque o Senhor está perto. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos! Que a vossa moderação se tome conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo” (Fl 4.4-7). Tempo messiânico de salvação “Um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará das suas raízes. O lobo morará com o cordeiro e o leopardo se deitará com o cabrito. O bezerro, o leãozinho e o novilho andarão juntos e um menino pequeno os guiará. A vaca e o urso pastarão juntos” (Is 11,1-9).

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

(*) Dom Juventino Kestering é bispo diocesano

 

 

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