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, 17 maio 2024
 
 

Incêndios florestais, pandemia e crise política

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A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal já começam novamente a arder em chamas. Os incêndios de 2019, além das perdas econômicas e ambientais, queimaram irremediavelmente a imagem internacional do País. O que foi feito de lá para cá para diminuir nossa vulnerabilidade? Uma das últimas notícias a respeito foi a intervenção do Presidente querendo punir os servidores que queimaram as máquinas e equipamento dos garimpeiros e desmatadores ilegais.

Corremos o sério risco de assistirmos, daqui para frente, a superposição da crise política com o coronavirus e os incêndios florestais.

Os temas sociais, ambientais e sanitários parecem mesmo estar ligados. A pandemia do coronavirus, pela diminuição da atividade humana, gerou uma série de efeitos colaterais positivos no meio ambiente. Ao diminuir o tráfego de automóveis e as atividades industriais, diminuiu a poluição ao redor do mundo, como mostram imagens de satélites.

Em Veneza, os canais voltaram a ter águas cristalinas e peixes. Na Índia, um dos países mais poluídos do mundo, o Himalaia passou a ser visto de cidades a mais de 200 km de distância, recuperando situação de três décadas atrás. Na China, segundo a NASA, imagens de satélites, mostraram um declínio expressivo nos níveis de poluição, principalmente na região de Wuhan, onde se impôs o mais drástico isolamento social.

Essas realidades, em pequena escala, mostram cabalmente que, controlando a ação do homem, pode-se conseguir fazer uma gestão de risco mais adequada das emissões de gases das mudanças climáticas. O futuro do planeta, em grande medida, depende das opções que fizermos em termos de combate a desigualdades, de concepção de desenvolvimento e de estilo de vida. Não se trata de voltarmos às cavernas, mas de aproveitar a crise para preparar um “novo normal” mais virtuoso em termos civilizatórios.

Há muito que se sabe que os momentos de crise são oportunidades de mudanças. Discute-se agora se a profundidade das nossas crises atuais será capaz de gerar grandes mudanças de paradigmas. Há os que crêem que após a atual pandemia passar, e tudo voltar ao “normal”, o normal já será outro. Outros acreditam que as mudanças serão apenas temporárias e cosméticas, insuficientes para romper esse paradigma baseado em desigualdades sociais, consumo desenfreado e individualismo exacerbado, que são as causas principais de degradação da sociedade e da natureza. Tudo depende do que fizermos ou deixarmos de fazer.

Em um mundo globalizado tais questões já se tornaram universais. A pandemia do coronavirus veio na direção do aprofundamento da compreensão de que o enfrentamento de problemas sanitários também exige articulação mundial, inclusive com o fortalecimento de instituições multilaterais como a OMS.

Os diversos países do mundo, em diferentes graus de desenvolvimento, deverão sair da atual crise com mudanças sociais, ambientais e econômicas. O direito a uma Renda Mínima Universal, para o cidadão, saiu reforçado. A experiência da quarentena ajudou a recolocar na ordem do dia a questão da redução da jornada e a incorporação de novas modalidades de trabalho como o home office. A segurança alimentar e de insumos para a saúde foram reforçados com questões estratégicas.

O mundo está intimado a se repensar. Mas em tudo, se impõe uma visão global. Não existe salvação fora do mundo, seja na questão ambiental, social ou sanitária.

O Brasil está em um mau momento. Nossa crise política nos desmoraliza mundialmente. Na pandemia temos sido expostos a vexames internacionais, da mesma forma como sucedeu no ano passado com a questão das queimadas. O país não suporta três crises ao mesmo tempo.

(*) Fausto Matto Grosso é Engenheiro e professor aposentado da UFMS

 

 

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1 COMENTÁRIO

  1. Ao Brasil, por sua imensa dimensão territorial, falta uma visão global dos acontecimentos e uma política adequada de acordo com suas necessidades, mas nesse caminho temos uma educação deficitária, uma montanha de analfabetos, níveis altíssimos de desempregados, alguns milhões na informalidade que trabalham (vendedores ambulantes, mascates, etc.) no dia para poder comer no outro, além da economia estagnada face ao coronavírus, os problemas estão nas alturas e os desafios ainda maiores. Haveremos de sair dessa crise para melhor, pois o Senhor Deus sempre tem a solução para os momentos difíceis.

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