Nosso amor parecia eterno
Daqueles tão quentes como o sol
Sempre te guardei no bolso direito
Do meu simples terno
Você era a única isca do meu anzol.
Mas o tempo foi passando
Nós ficamos sem atrito sem toque
E daqueles encontros inesquecíveis
Só sobraram desequilíbrios e choques.
Foi dissolvendo como geleiras
Escondendo em lugares sombrios
Ficava frio sem espécie
Sujo e poluente
Com obstáculos e ribanceiras.
Ah! Que saudade das serenatas
Que ficaram ausentes
De sua boca molhada de vinho
De sua voz dengosa ao meu ouvido
Hoje me coleciono sozinho,
Esquecido e sem razão.
Provando a amarga sensação
Gravei pegadas desalinhadas
No tapete marrom da terra
Qual parte de uma calçada
Sobre o chão,
Chão que me guardará
Após essa guerra.
Guerra de amor que faço
Que pode finalizar em seus abraços
Ilusão.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar. Email: [email protected]