Há muita gente pelo mundo afora
Transparecendo aos outros venturosa;
Como vivesse enfim num mar de rosa
Mas, com tristeza no seu íntimo chora.
Fugiu-lhe tão cedo o prazer da aurora
De sua vida calma e donairosa,
Vendo-se agora em faixa desditosa
Longe da paz em que vivera outrora.
Esconde o pranto e vai seguindo a fraga
Do seu destino sem que alguém o traga
A solução, mas sua dor existe.
Nenhuma alegria lhe traz a chama
E por seu padecer já não reclama,
Se o tempo causa-lhe um viver mais triste!
(*) Nivaldo Melo é poeta baiano, morador em Ibicaraí-BA