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Rondonópolis
 
 

Que cidade queremos? (I/II)

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noNo último dia 7 de março, li uma reportagem neste jornal intitulada “Empresas Lançam Novos Prédios em 2010”, onde destaca também o momento atual da construção civil em nossa cidade, principalmente sobre a construção de mais alguns empreendimentos verticais nas proximidades do Rondon Plaza Shopping.
Até aí, tudo bem, se Rondonópolis não tivesse uma enorme área ociosa para ocupação horizontal. Atualmente, a cidade possui cerca de 84.950 lotes, dos quais, 44.580 estão construídos e o restante, 40.370, ainda estão vazios, o que representa 47,5% do total. (PMR, 2008)
Mas é óbvio, que cada um mora onde quer, ou melhor, onde sua realidade financeira permite. No caso da classe social de menor renda, ela não escolhe, é escolhida pela sua realidade de pobreza, não habita onde gostaria, mas onde consegue, é o que chamamos de periferização.
Este caminho que Rondonópolis começou a trilhar, principalmente a partir deste século é semelhante à de centenas de outras cidades brasileiras que convivem com esse problema há décadas: a segregação sócio-espacial entre as classes sociais. Bairros que anteriormente eram compostos por moradores bastante heterogêneos do ponto vista social, cultural e econômico, atualmente vem caminhando rapidamente para a homogeneização sócio-econômica de seus habitantes.
Em Rondonópolis, o processo de verticalização vem ocorrendo desde meados dos anos 1980, o início da verticalização propriamente dita teve sua gênese a partir de duas leis municipais criadas na década de 1970, que a facilitaram muito, mesmo com a existência de imensos vazios urbanos da ainda incipiente expansão horizontal, aliada à “modernização da agricultura” (iniciada em torno da década de 1970) e à implantação das agroindústrias (a partir de 1985).
Porém, cabe ao poder público realizar a mediação entre as classes sociais e a legislação urbana, para ao menos minimizar estas distorções no espaço urbano. Entretanto, quando permite que essas diferenças fiquem maiores, trabalha fortemente para a aceleração e aprofundamento dessas diferenças entre as classes sociais.
Os prédios têm se constituído, nos últimos anos, no Brasil numa forma de especulação imobiliária através do seu uso comercial, residencial e misto. Ferreira (1987) refere-se ao processo de verticalização como sendo um processo de multiplicação do solo urbano. Souza (1989), o considera como um processo de articulação várias formas de capital, o imobiliário, o fundiário e o financeiro.
Campos Filho (1989, p. 45) diz que a concentração de renda em poucas parcelas da população provoca a concentração espacial, em algumas partes da cidade. Conjuntamente a concentração da renda, e dela decorrente, ocorre à verticalização excessiva das cidades.

(*) Silvio M. Negri é professor Doutor do Departamento de Geografia da UFMT/Campus de Rondonópolis. E-mail: [email protected].

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