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Rondonópolis
, 17 maio 2024
 
 

Mais um ano na espera da MT-040

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Três governadores já passaram pelo Paiaguás e, pelo visto, será preciso esperar o quarto para ver a conclusão da pavimentação dessa estrada

Nenhum dos quatro lotes dos 77 quilômetros sem pavimentação da MT-040 foi entregue até hoje – Foto: Arquivo

O projeto da rodovia alternativa ligando Rondonópolis e Cuiabá, através do Pantanal, a popular Estrada Verde ou MT-040, existe no papel há mais de 10 anos. Para consolidar a ligação, restavam apenas 77 quilômetros sem pavimentação. O Governo do Estado fez a licitação e, em 2013, emitiu a ordem de serviço para o começo das obras no trecho restante. Em meio a vários problemas e muita morosidade, a série de reportagens do Jornal A TRIBUNA sobre obras públicas paradas aborda nesta edição a situação dessa estrada, que, apesar de não estar totalmente paralisada, entra em mais um ano sem ao menos ter uma estimativa oficial de quando estará totalmente pavimentada.
Ainda em 2008, o então governador Blairo Maggi falava do projeto de consolidar a MT-040, saindo de Rondonópolis, passando pelo distrito de Fátima de São Lourenço, comunidade Brejinho, distrito de Mimoso, localidade de Porto de Fora, Santo Antônio do Leverger até chegar em Cuiabá. Na época, o traçado da rodovia ainda estava sendo avaliado, mas a intenção era que a mesma tivesse papel fundamental na integração turística, bem como tirar a região do isolamento.
Em 2010, a sociedade rondonopolitana passou a defender com mais afinco a conclusão da Estrada Verde, objetivando oferecer uma alternativa rodoviária entre Rondonópolis e Cuiabá, considerando que até então a rodovia BR-364 estava em uma situação de caos e sem obra de duplicação alguma. Assim, os clubes de Rotary e de Lions de Rondonópolis, em um movimento político apartidário, lançaram uma campanha em defesa da pavimentação da MT-040, principalmente para se tornar uma nova opção rodoviária rumo à capital.
Foi graças ao envolvimento da sociedade rondonopolitana, fazendo pressão política e cobranças constantes, que o projeto conseguiu recursos e compromisso de execução por parte dos gestores. A rodovia alternativa tem 220 quilômetros, cerca de 10 quilômetros mais do que pela BR-364. O trecho entre Rondonópolis e Fátima de São Lourenço já está asfaltado, assim como trecho entre Cuiabá, Santo Antônio do Leverger e Mimoso. O trecho entre as localidades de Porto de Fora e Mimoso, com cerca de 20 quilômetros, foi pavimentado ainda no começo da campanha.
Em 2011, com a criação do comitê em prol à duplicação da rodovia BR-364/163 entre Rondonópolis e Cuiabá, a luta pela MT-040 foi reforçada. Na defesa da estrada alternativa, várias expedições (comboios), contando com lideranças políticas e comunidade, foram realizadas no trajeto previsto. Com grande influência, o comitê ganhou o apoio do ex-governador do estado de Mato Grosso, Silval Barbosa, que prometeu a conclusão da estrada por diversas vezes.
Na época, foram várias promessas não compridas de Silval Barbosa quanto ao começo de asfaltamento dos 77 quilômetros restantes da MT-040. A primeira data anunciada foi no começo de 2012, depois no início de 2013. Então, o ex-governador informou que parte do trecho restante da MT-040 foi incluído no programa “MT Integrado”, que previa recursos para a interligação rodoviária por vias asfaltadas de todos os 141 municípios mato-grossense à capital. Ao todo, o referido programa previa R$ 1,5 bilhão em empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apenas no dia 03 de maio de 2013, em Rondonópolis, foi que Silval Barbosa assinou a ordem de serviço para a pavimentação imediata do trecho restante da MT-040. Mas, depois de 01 ano do referido lançamento, nenhum dos quatro lotes do trecho restante da MT-040 havia avançado. Frente a morosidade do serviço, o comitê pró-rodovias protestou em 2014 mostrando o sentimento de decepção da sociedade, afirmando que a comunidade da região estava cansada com as ações de “politicagem e demagogia” do Governo do Estado em relação à conclusão dessa importante estrada.
A obra estava orçada em R$ 85.284.240,64 e dividida em quatro lotes, entre as empresas Constil, Agrimat, Encomind e Cavalca. Desde então, as obras na rodovia sofreram várias paralisações, sempre com muitas promessas de recomeço. A mobilização social foi retomada com a entrada do novo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, em 2015, o qual também fez o compromisso com o comitê pró-rodovias de que a estrada seria terminada e priorizada. Apesar disso, a conclusão da estrada vem se arrastando ano após ano sem grandes evoluções.
O lote 1 do projeto de pavimentação desse trecho restante da MT-040, próximo a Mimoso, está parado desde o ano de 2013, e até hoje não teve anúncio algum de retomada. A empresa que executava o lote 1 inicialmente – a Constil – abandonou o serviço, lembrando que se valeria de recursos do Prodetur. No entanto, nos anos de 2016 e 2017, as obras de pavimentação em grande parte da rodovia (com exceção do lote 1) estiveram em andamento, ainda que lentamente.
Dos quatro lotes do projeto, apenas três estiveram com serviços em andamento, sendo os 20,6 quilômetros referentes ao lote 2, vencido pela Construtora Agrimat (Km 20,3 ao Km 40,6). O lote 3 vai do Km 40 ao Km 60, sendo executado pela empresa Encomind. O quarto e último lote, do Km 60 ao Km 77, com cerca de 17 quilômetros, na região de Fátima de São Lourenço, é tocado pela Cavalca.

E AGORA?

A Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) informou ontem ao Jornal A TRIBUNA que a pavimentação da MT-040 segue em obras em três dos quatro lotes (2, 3 e 4). Contudo, agora está com serviços interrompidos em função do período das chuvas no Pantanal, que impede os trabalhos. Dessa forma, repassou que as obras na rodovia terão continuidade em 2018, logo após o período chuvoso. A reportagem também solicitou detalhes do andamento dos serviços nesse trecho sem pavimentação da Estrada Verde, bem como uma previsão de conclusão dos serviços, mas até ontem não tinha obtido resposta.
Assim, portanto, 2018 será mais um ano de espera em torno da conclusão da MT-040, com a esperança que ao menos os três trechos em andamento cheguem a o fim. De qualquer forma, ainda não será neste ano que a MT-040 estará totalmente concluída, em função da indefinição do lote 1, próximo a Mimoso, com cerca de 20 km.


Placar das obras paradas

Este espaço é para registrar a situação das obras públicas em Rondonópolis, com o objetivo de cobrar das autoridades competentes a conclusão das mesmas e desmistificar o slogan de que a cidade é a “Capital das Obras Paradas”, com muito dinheiro indo para os ralos pelo fato de que muitos projetos iniciados acabam abandonados e virando escombros. Depois da reportagem publicada no A TRIBUNA, um resumo fica registrado neste espaço.


Edição de 28/01/2018
Parque do Escondidinho
– Parado desde 2012

Teve o início das obras em fevereiro de 2012, na primeira gestão do prefeito José Carlos do Pátio, com recursos do Ministério do Turismo, pela Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 3,875 milhões, tendo como empreiteira a empresa Ensercon; paralisadas em outubro de 2012, tendo já sido pago até hoje o total de R$ R$ 319.899,71. Teve reprogramação junto a CEF em dezembro de 2017. Prefeitura promete elaborar edital em 10 dias, para marcar nova licitação.
Parque das Mangueiras
– Parado desde 2015

Projeto concebido no início da gestão do prefeito José Carlos do Pátio (2009/2013), com o lançamento em meados de 2012, com recursos de R$ 2,847 milhões, através do Ministério do Turismo. As obras só foram iniciadas de fato em dezembro de 2013, já na gestão do prefeito Percival Muniz, através da empreiteira Francisco Marino Fernandes e Cia/Tripolo, mas em ritmo muito lento e muitas paralisações, sob alegações de falta de pagamento das medições. Foram pagos até agora R$ R$ 461.259,88, com as edificações abandonadas a partir de 2015. Segundo a Prefeitura, ainda não houve a reprogramação do projeto por parte da CEF.


Edição de 03/02/2018
Aeroporto Municipal
– Última paralisação 2017

Serviço de responsabilidade do Governo do Estado, tinha previsão de conclusão em 2014 e agora está sob intervenção do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), diante da acusação de sobrepreço e superfaturamento. As obras em questão foram iniciadas em meados de 2013, na gestão Silval Barbosa, com recursos oriundos da antiga Sedtur/BNDES. O valor inicial do projeto era da ordem de R$ 20.892.913,14, tendo um aditivo no valor de R$ 10.290.870,71. O serviço estava sendo executado pela Ensercon Engenharia Ltda, mas foi subempreitado em 30% do seu total pela Tripolo. Apesar de não ter evoluído, esse serviço já consumiu R$ 11.607.793,61 até hoje. Governo do Estado não deu posição sobre futuro da obra.

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