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Dois secretários de Taques são presos por grampos

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Além deles, outras cinco pessoas foram presas, entre elas o ex-secretário Paulo Taques, primo do governador

Roger Jarbas, secretário estadual de Segurança Pública (que estava afastado do cargo); coronel Airton Siqueira, secretário de Justiça e Direitos Humanos e Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, foram presos ontem durante operação policial – Foto: Arquivo

O juiz Wladys Roberto Freire Amaral, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou na tarde de ontem (27), durante audiência de custódia no Fórum de Cuiabá, que o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e o secretário afastado Rogers Jarbas permaneçam presos no Centro de Custódia da Capital (CCC). Além deles, o empresário José Marilson, a esposa do coronel Evandro Lesco (também preso), a personal trainer Hellen Christy Lesco, também foram encaminhados para a mesma unidade prisional.
Já os presos militares – coronéis Airton Siqueira, Evandro Lesco, além do sargento João Ricardo Soler devem ser encaminhados para unidades da Polícia Militar. Há ainda um mandado contra o major Michel Ferronato, do setor de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública. No entanto seu advogado informou que ele ainda está em Goiás e deve se apresentar à Polícia em breve.
Todos foram presos durante a Operação Esdras, deflagrada às 6 horas desta quarta-feira. Eles são acusados de participação em uma ação para obstruir as investigações sobre o esquema de grampos ilegais operados por membros da Polícia Militar nos anos de 2014 e 2015. Além das prisões, houve buscas e apreensões nas residências dos detidos e a condução coercitiva do coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, corregedor da Polícia Militar.
O nome da operação é uma referência ao personagem Esdras (“Aquele que ajuda, ajudador, auxiliador”), da tradição judaico-cristã. Esdras liderou o segundo grupo de retorno de israelitas que voltaram da Babilônia em 457 a.C. Descendente de Arão, o primeiro sumo-sacerdote de Israel, Estras era escriba (coposta da lei de Moisés).
As prisões e busca e apreensão foram decretadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando de Almeida Perri, atendendo a um pedido da delegada da Polícia Civil, Ana Cristina Feldner, que investiga o esquema dos grampos.
A operação surgiu após depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atua como escrivão no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos. Ele revelou os novos participantes do suposto grupo criminoso: o delegado Rogers Elizandro Jarbas, o major Michel Ferronato, o sargento Soler e Helen, mulher de Lesco.
BLINDAGEM
O major da Polícia Militar, que trabalha como assessor do secretário afastado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, prometeu a ascensão ao cargo de coronel ao escrivão que atua no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos no estado, tenente-coronel José Henrique Costa Soares, caso ele ajudasse a ‘blindar’ o secretário das investigações conduzidas pela delegada Ana Cristina Feldner.
A informação consta na decisão do desembargador Orlando Perri, relator do inquérito dos grampos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que determinou a prisão de secretários, ex-secretário, policiais militares e um empresário por envolvimento no esquema de interceptações clandestinas.
UM DOS LÍDERES
O ex-secretário chefe da Casa Civil e advogado Paulo Taques, que voltou a ser preso ontem, é apontado pelo desembargador do Tribunal de Justiça Orlando Perri como um dos líderes da organização criminosa. Em sua decisão, Perri destaca que “as provas coligidas até este instante das investigações mostram que Paulo Taques foi quem mais se serviu do falseado Núcleo de Inteligência, cujo contexto o coloca como um dos prováveis líderes da organização criminosa”.
“CANALHICE”
O procurador-geral de Justiça Mauro Curvo afirmou que as tentativas de envolver os nomes de membros do Ministério Público do Estadual no esquema de escutas clandestinas no âmbito da Polícia Militar é uma “armadilha” e uma “canalhice”. Foram citados pelo ex-secretário da Casa Civil, coronel Evandro Lesco, o nome de Curvo e do promotor Marcelo Ferra como supostos envolvidos no esquema, conforme revelou o próprio procurador-geral em nota à imprensa.
A citação faz parte da decisão do desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, que determinou a prisão de oito envolvidos, além de 15 mandados de busca e apreensão e uma condução coercitiva, na Operação Esdras.
Por este motivo, Perri justificou  a ausência da prévia manifestação do MPE quanto ao pedido de prisão dos envolvidos. Para ele os “tentáculos” da organização criminosa responsável pela execução dos grampos ilegais “alcançaram um grupo do Ministério Público, que tinha o interesse de também afastar-me das investigações”, escreveu Perri.

Foram presos ontem:
Coronel Airton Siqueira (secretário de Justiça e Direitos Humanos),
Coronel da PM Evandro Alexandre Lesco,
Helen Christy Carvalho Dias Lesco (mulher de Lesco),
Paulo Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso),
Rogers Jarbas (secretário estadual de Segurança Pública),
Sargento João Ricardo Soler,
Empresário José Marilson.

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