Santa Casa de Rondonópolis suspende atendimentos via SUS

Unidades pararam de realizar as cirurgias eletivas (aquelas que são agendadas), atendimento ambulatorial e a internação de novos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediátrica, neonatal e coronarianas

Conforme anunciado na última quinta-feira (3) pela diretoria e corpo clínico da Santa Casa de Rondonópolis, o hospital filantrópico suspendeu ontem (7) diversos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS), devido a dificuldade em receber recursos do Governo do Estado. Além da Santa Casa de Rondonópolis, a Santa Casa de Cuiabá e os hospitais Santa Helena e Geral Universitário também estão com os atendimentos suspensos.
As unidades pararam de realizar as cirurgias eletivas (aquelas que são agendadas), atendimento ambulatorial e a internação de novos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediátrica, neonatal e coronarianas (pós-operatório de cirurgias cardíacas). Foram mantidos os atendimentos somente para casos de urgência e emergência.
No caso da Santa Casa de Rondonópolis, por exemplo, somente na maternidade são realizados aproximadamente 1.500 atendimentos/mês, e desses, uma média de 500 são internações, sendo o restante atendimentos ambulatoriais. Com a paralisação, as gestantes que não se encontram em situação de emergência, devem procurar as unidades básicas de saúde ou a UPA 24 horas.
A motivação da paralisação, conforme os hospitais filantrópicos, se deve ao fato do Estado não estar cumprindo com um acordo feito no ano passado para cobrir o deficit de cinco hospitais, sendo os quatro paralisados e mais o Hospital do Câncer de Cuiabá, que optou em continuar atendendo neste primeiro momento devido a complexidade de suas demandas.
O acordo para esse pagamento começou a ser negociado ainda em 2015, quando o Estado pediu a realização de auditoria nas contas dos hospitais para confirmar os valores devidos, e descobriu que ele era ainda maior do que o que estava sendo cobrado, sendo o deficit mensal dos cinco hospitais de R$ 3,5 milhões.
Com o comprometimento em pagar apenas R$ 2,5 milhões, o Governo repassou os valores em dezembro de 2016, janeiro e fevereiro de 2017, e a partir de março deste ano o repasse foi suspenso e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) alegou não reconhecer essa dívida.
Mesmo com o anúncio da paralisação feito pelos hospitais ainda na semana passada, o Estado não abriu negociação com as diretorias até o momento. Juntos, os cinco hospitais filantrópicos são responsáveis por 85% das cirurgias de alta complexidade pelo SUS no Estado, e 65% das internações de média de alta complexidade.