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Os desafios da velhice em Rondonópolis

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ALERTA: expectativa de vida maior não significa, necessariamente, que a qualidade de vida dos idosos melhorou
ALERTA: expectativa de vida maior não significa, necessariamente, que a qualidade de vida dos idosos melhorou

A população brasileira vem envelhecendo, conquistando mais anos de vida e, com isso, novos desafios surgem para atender o expressivo grupo de idosos. Além de combater os corriqueiros casos de exploração financeira, maus tratos e até o abandono/negligência, se faz necessário o incremento de políticas públicas voltadas para esse público, principalmente nas áreas de saúde, assistência social e do lazer.
O Conselho do Idoso, por exemplo, costuma receber, com frequência, queixas no que diz respeito à violação dos direitos da pessoa idosa. De acordo com a presidente do Conselho Municipal de Defesa do Direito da Pessoa Idosa de Rondonópolis (CMDDPIR), Sandra Helena dos Santos, a entidade tem recebido várias denúncias de abandono, maus tratos, violência física e verbal, negligência do Estado ou de seus familiares, extorsão no que diz respeito ao Benefício do Idoso e negativa da concessão à gratuidade de passagens.
Segundo Sandra, há exatamente três meses em que está à frente do Conselho já foram realizados, junto com os demais conselheiros, mais de 100 atendimentos. Sejam eles via telefone, anônimos (disque 100, via e-mail), pessoalmente e também pela Polícia Militar mediante envio de documentos. Os serviços ocorrem semanalmente, no período matutino, das 7h às 11h, por conselheiros –   representantes de entidades governamentais e não governamentais em caráter de plantão.  “Quase que diariamente encaminhamos para o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) documentos especificando as queixas  (denúncias) para que seja realizada visita domiciliar ao idoso. Após a visita, a equipe Psicossocial daquela unidade nos encaminha um parecer informando a situação e as providências que foram tomadas”, explicou.

Equipe do Conselho Municipal do Idoso: mais de 100 atendimentos em três meses
Equipe do Conselho Municipal do Idoso: mais de 100 atendimentos em três meses

A presidente lembrou que nem todo atendimento gera denúncia. E nem toda denúncia é destinada a um CRAS. “Às vezes uma orientação a respeito do direito ou o esclarecimento de uma dúvida são o suficiente”, reiterou Sandra Santos.
Os atendimentos realizados pelo Conselho, em sua maioria, giram em torno de conflitos familiares.  “Em resumo, são filhos que não estão preparados para cuidar de seus pais, talvez porque sempre foi o inverso, ou então porque não se criou vínculo afetivo suficiente para esta responsabilidade”, explica a conselheira.
Uma situação que preocupa o Conselho é quanto aos empréstimos bancários que são realizados em nome do idoso. Segundo Sandra Santos, ocasionado diante da pressão psicológica ou chantagem emocional que o idoso sofre muitas vezes de seus familiares ou de pessoas que tenham um vínculo afetivo preestabelecido. Caso que, conforme a presidente do Conselho, vem crescendo a cada dia cabendo ao idoso a responsabilidade de pagar as parcelas da dívida. “Este é um caso difícil de trabalhar a prevenção. O Idoso, ao dirigir-se às agências bancárias, foi por espontânea vontade, ludibriado”, revelou Sandra Santos.


AÇÃO SOCIAL

A necessidade de assistência social aos idosos

Secretária municipal de Promoção e Assistência Social, Márcia Rotili: “se a pessoa está vivendo bem ela vai menos a uma unidade de saúde”
Secretária municipal de Promoção e Assistência Social, Márcia Rotili: “se a pessoa está vivendo bem ela vai menos a uma unidade de saúde”

Deivid Rodrigues
Da Reportagem

Na parte de Assistência Social, os idosos têm direito a uma série de benefícios, que precisam ser maior defendidos. Um deles é o acesso ao Benefício da Prestação Continuada (BPC), cujo critério é que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4 do salário-mínimo vigente.
De acordo com a secretária municipal de Promoção e Assistência Social, Márcia Rotili, para esse público ter acesso a esse benefício é necessário fazer parte do Cadastro Único, que é feito nas seis unidades do Centro de Referência em Assistência Social (CREAS) presentes em Rondonópolis.
A terceira idade também tem acesso, a partir da Secretaria de Promoção e Assistência Social, aos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Segundo Márcia, nesse programa, os idosos têm a oportunidade de participarem, toda semana, de atividades que são desenvolvidas nos Creas.  Dentre as atividades são oferecidas, Márcia cita, por exemplo, oficinas, orientações quanto ao Estatuto do Idoso, emissão da declaração de hipossuficiência, comemorações dos aniversariantes do mês, participação em atividades do Serviço Social do Comércio (Sesc), dentre outros.
“A gente procura fazer, estar afinado para ele (o idoso) poder se sentir parte de uma mesma sociedade, de um grupo. Você trabalhar esse pertencimento para que o idoso tenha qualidade de vida diminui a ida dele às unidades de saúde. Porque se a pessoa está vivendo bem, ela vai menos a uma unidade de saúde. Ela vai ter amigos, ela vai ter uma convivência melhor com todo mundo”, justifica Márcia Rotili.
A Assistência Social também oferece a Proteção Especial de Média Complexidade, ao qual pertence o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas). Conforme a secretária, o Creas atende o idoso quando há alguma situação de violação de direito e procura melhorar a convivência e manter o vínculo dele com a família seguro.
Márcia, no entanto,  alertou que o Creas não tem papel de polícia, ou seja, quando um membro da família, por exemplo, pega o cartão do idoso. Nesse caso é uma situação mais séria que não é apenas de fazer orientação e cabe ao Conselho do Idoso e a polícia investigarem essa situação.
Agora, quando os vínculos familiares já foram rompidos, quando o idoso não tem mais ninguém e depende de terceiros, é nesse momento que entra a Alta Complexidade. Segundo Márcia, quem executa esse serviço são as entidades assistenciais de rede, como o Lar Cristão e o Lar dos Idosos.
“Então aí o trabalho da equipe é fazer com que a gente possa, depois que eles estiverem abrigados, oferecer essa reconstrução de vínculo para desabrigar, porque também não é uma orientação legal o abrigamento. Nós sabemos que o abrigo, assim como o da criança, ele tem que ser a última alternativa para ser tomada com relação ao nosso usuário da Assistência Social. E isso você vai ver pela lei do Estatuto do Idoso, também, que abrigo é a última carta que você usa. Quando você já consegue reconstruir vínculo, que ele já está passando risco mesmo de vida aí ele deve ser encaminhado para o abrigo. Então hoje a orientação que a gente tem da política de Assistência Social é nesse sentido”, explicou a secretária.
As unidades do CRAS existentes em Rondonópolis são a Vila Olímpica, CRAS Iguaçu, CRAS Cidade Alta, CRAS Luz D’Ayara, CRAS Ana Carla e o CRAS Conjunto São José. O Creas fica na Avenida Presidente Médici,  298, na Vila Birigui,  telefone (66) 3411-5121, das 7h às 17h.


LAZER

Importância de uma terceira idade com qualidade de vida

Deivid Rodrigues
Da Reportagem

Apesar das políticas públicas relacionadas a assegurar o direito da pessoa idosa, esse público também necessita de opções de lazer nessa fase da vida. O Núcleo de Estudos e Atividades da Terceira Idade (Neati), programa de extensão do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) do campus de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), desenvolve atividades e também proporciona momentos de lazer para os idosos.
Conforme Sandra Helena dos Santos, que além de presidente do Conselho do Idoso é representante da terceira idade no Neati, são realizadas no núcleo atividades físicas e atividades continuadas toda segunda, terça e quinta-feira, das 13h às 17h.
Dentre as ações promovidas pelo Neati estão dança, atividades físicas, como alongamento e hidroginástica, e palestras de saúde, em geral, realizadas pelo curso de Enfermagem da UFMT. Ainda há cursos, como de corte e costura, de informática, dentre outros, que são promovidos em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social e com o Sindicato Rural.
O objetivo do Neati é dar autonomia ao idoso a partir do momento em que ele tem conhecimento que o permite ir aonde quiser. “Muitas vezes a família acaba cortando o idoso de muitos afazeres e não o deixa fazer muita coisa. Porém, ele acaba ficando muito dependente na vida adulta, sendo que antes era ele quem trabalhava. E a família age dessa forma no sentido de protegê-lo”, salienta Sandra dos Santos.
Hoje, o Neati tem mais de 450 idosos cadastrados e, por semana, participam uma média de 120 a 130 pessoas. O programa de extensão atende um público a partir dos 45 anos e, para frequentar a entidade, é necessário atestado de aptidão física, que geralmente são os médicos dos postos de saúde que solicitam os exames que o idoso precisará fazer.
O Neati entrou em recesso na última quinta-feira (29) e retoma as atividades no dia 31 de julho. No entanto, a secretaria da entidade continuará em funcionamento e outras informações sobre o Núcleo podem ser obtidas pelo telefone (66) 3410-4068.

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1 COMENTÁRIO

  1. Além desses inúmeros problemas, existe um outro em nossa cidade que é a falta de vagas de estacionamento para idosos e deficientes. As poucas existentes dão a impressão de que em Rondonópolis existem apenas alguns idosos que dirigem carros e isso é uma tremenda falta de respeito. Só não entendemos por que os senhores vereadores ainda não tomaram providência.

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