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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

Elson Moreira foi destaque na venda de carros em MT

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O empresário aposentado Elson Moreira dos Santos, hoje com 87 anos, é o personagem neste domingo da série de entrevistas especiais do Jornal A TRIBUNA com pioneiros de Rondonópolis. Morando agora no bairro Nossa Senhora do Amparo, Elson escreveu uma página destacada na história de Rondonópolis, tendo sido um dos maiores empresários da cidade, com a primeira revenda Ford em âmbito local, que se sobressaía nas vendas em Mato Grosso.


O pioneiro Elson Moreira dos Santos, hoje com 87 anos: lembranças de um passado áureo - Foto: A TRIBUNA
O pioneiro Elson Moreira dos Santos, hoje com 87 anos: lembranças de um passado áureo – Foto: A TRIBUNA

Tendo atuado no setor empresarial de Rondonópolis, o pioneiro Elson Moreira dos Santos (87 anos) foi um dos maiores e mais respeitados comerciantes do município entre as décadas de 1960 e 1970. Ele foi o dono da primeira revendedora Ford em Rondonópolis: a Rivauto – Rio Vermelho Automóveis Ltda. Além disso, chegou a ter dois postos de combustíveis movimentados e duas fazendas na região. “O pessoal da Ford me chamava de super-homem!”, recorda.
Toda essa história começou a ser traçada, segundo Elson, na cidade vizinha de Guiratinga, onde ele nasceu. Quando completou 18 anos de idade, ele já tinha passado por vários serviços, como garimpo, lavoura e servente de pedreiro. Aos 20 anos de idade, com a venda de uma propriedade no distrito de Vale Rico (Guiratinga), passou a atuar como boiadeiro e na comercialização de gado. Por cerca de 10 anos, atuou na compra e venda de gado.

Elson Moreira faz discurso na inauguração da Rivauto, junto com o ex-prefeito Cândido Borges Leal Junior, o Candinho (com terno quadriculado)
Elson Moreira faz discurso na inauguração da Rivauto, junto com o ex-prefeito Cândido Borges Leal Junior, o Candinho (com terno quadriculado)

O tino comercial de Elson Moreira começou a ser demonstrado justamente com a comercialização de gado, por onde comprou fazenda e a encheu de gado. “Eu cresci tanto que as pessoas achavam que eu era o fazendeiro mais rico da região. Eu trabalhava dia e noite”, diz. Contudo, com o nascimento do primeiro filho, diz que não conseguiu ficar mais na fazenda e longe de casa, pois era muito apegado à família.
Em Guiratinga, Elson lembra que surgiu a oportunidade de comprar um aeroporto, um dos três da cidade na época. “Esse aeroporto me fez subir igual foguete em Guiratinga. Na época não tinha estrada. O comércio de gado e compra de terras eram muito grande, e era tudo de avião”, explica o aposentado. Em uma viagem, acrescenta que surgiu a oportunidade de montar bombas de combustível para avião e carros na cidade. “Quando instalei a bomba, o pessoal passou a voar somente comigo e eu cresci”, atesta.
Na sequência, o pioneiro, que em Guiratinga era chamado de Neném, diz que os amigos o incentivaram a montar uma oficina mecânica, sendo que os viajantes também começaram a vender-lhe peças para atender os carros de lá. Nisso, observa que um dos viajantes lhe indicou os caminhos para abrir a representação de uma oficina autorizada da antiga Willys Overland do Brasil, que produzia o carro Jeep. Ele vendeu um pouco do gado que tinha e iniciou a atividade. “Meu prestígio foi lá em cima!”, relata.
Depois, Elson diz que comprou o primeiro carro dele e passou a vender consórcios de automóveis em Guiratinga. “Imediatamente, fiz um consórcio de 100 pessoas em uma semana, entregando dois automóveis por vez. Em 30 dias, fiz outro consórcio. Quando passei a entregar quatro automóveis por vez, montei o terceiro consórcio. O pessoal da Willys ficou encantado comigo! Guiratinga tinha 1.800 pessoas naquela época. Comecei a vender Jeep e, por ser muito conhecido devido à atividade de compra e venda de gado, as pessoas confiavam em mim. Comecei a vender carro como água!”, narra.

Fachada da antiga Rivauto, primeira revendedora Ford em Rondonópolis
Fachada da antiga Rivauto, primeira revendedora Ford em Rondonópolis

Com a compra da Willys pela Ford, Elson recebeu a proposta de escolher uma cidade para instalar uma revenda de carros novos. Entre as várias opções, revela que escolheu Rondonópolis porque não queria perder as raízes com Guiratinga. Assim, o empresário veio para Rondonópolis em 1966 e, no ano seguinte, em 1967, abriu a Rivauto. Quando chegou em Rondonópolis, o empresário informa que a cidade tinha apenas 20 mil habitantes e sequer tinha asfalto. “Eu sempre acreditei que Rondonópolis ia crescer muito”, analisa.
“Atuei por 20 anos e vendendo mais que Cuiabá. Cheguei a vender mais que Campo Grande e Cuiabá!”, afirma o aposentado, explicando que tinha grande facilidade de venda por ter se tornado muito conhecido na atividade de compra e venda de gado. “Administrava minha revenda sozinho, não tinha gerente e nem vendedor; não precisava”.
Com o tempo, lamenta que, em função de desajustes advindos de políticas e planos econômicos nacionais, foi desfazendo dos negócios e de imóveis. Depois da venda da revendedora, continuou com propriedade rural. Além disso, algumas complicações na saúde também prejudicaram na administração das atividades. Parte dos bens dividiu entre os filhos. Atualmente não tem mais fazenda.
Na vida pessoal, Elson foi casado com Maria das Dores, de quem se divorciou há cerca de 26 anos e que morreu há cerca de cinco meses. Com ela, teve quatro filhos (uma mulher e três homens), todos moradores em Rondonópolis, além de 9 netos e 6 bisnetos. Atesta hoje que a família foi o seu bem maior. “Para mim, a família era tudo”, repassa.

Posto Girassol, na Rua Fernando Correa da Costa, que era propriedade do comerciante
Posto Girassol, na Rua Fernando Correa da Costa, que era propriedade do comerciante
Um dos carros concorridos da época, o Maverick, exposto na Rivauto
Um dos carros concorridos da época, o Maverick, exposto na Rivauto
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