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Jornalista denuncia racismo em agência do Banco do Brasil

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Julianne Caju, jornalista: “na hora eu fiquei tão triste, chocada, que eu nem consegui pensar”
Julianne Caju, jornalista: “na hora eu fiquei tão triste, chocada, que eu nem consegui pensar”

A jornalista, professora da Escola Técnica Estadual de Rondonópolis e mestranda em Educação no campus local da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Julianne Caju, denunciou ter sofrido racismo na agência do Banco do Brasil, localizada na Avenida Lions Internacional, em Rondonópolis.
De acordo com relato da jornalista, ela foi a única pessoa revistada ao entrar na agência do BB, ao mesmo tempo em que outras mulheres e homens brancos passavam tranquilamente. Ela foi até a unidade utilizar os caixas eletrônicos, já que a agência deixou de atender os clientes pessoa física e atende somente pessoa jurídica. Caju, como é conhecida na cidade, conta que chegou ao local e fez o procedimento normal, como qualquer cliente.
“Tirei meu celular e a chave do carro da bolsa, e coloquei no porta objeto, como todo mundo faz. Quando se tem metal na bolsa, a porta giratória apita. Quando passei a porta não apitou, mas travou. O segurança veio e disse: ‘Eu vou revistar a sua bolsa’. Eu abri minha bolsa e ele olhou tudo, todos os compartimentos. Não contente, ele dizia levanta mais, vira mais pra cá, não estou conseguindo ver lá no fundo… E então eu percebi que estava acontecendo só comigo, porque as outras pessoas estavam passando normalmente”, contou à reportagem. De acordo com Caju, enquanto a bolsa era revistada insistentemente, as outras pessoas continuaram passando sem maiores problemas.
Quando percebeu que a revista acontecia somente com ela, Julianne conta que questionou o guarda, perguntando se somente ela estava sendo revistada pelo fato de ser negra, momento em que o guarda acabou baixando a guarda, e autorizou que ela seguisse para a fila dos caixas eletrônicos. “Na hora eu fiquei tão triste, chocada, que eu nem consegui pensar. Não pensei em reivindicar meus direitos, chamar o gerente e falar o que estava acontecendo, eu simplesmente fui pra fila e fiquei esperando minha vez. Depois que terminei, fui para o carro e desabei. Chorei no carro, cheguei em casa e chorei mais ainda”, conta.
“Fui a única, em meio a tantos brancos que passaram na minha frente, a ter a bolsa revistada minuciosamente por um guarda do Banco do Brasil de Rondonópolis. Sim, ele estava cumprindo com o seu dever! Mas porque só eu fui barrada e inspecionada? Por que? Não, não sou vitimista. Sou realista. Fui a única, repito, em meio a tantos brancos, vistoriada. Essa atitude do guarda mostra o quanto a nossa sociedade é preconceituosa”, desabafa.
Caju conta que decidiu não registrar Boletim de Ocorrência (BO), para que providências na esfera criminal fossem tomadas, por acreditar que o máximo que aconteceria seria o guarda perder seu emprego. “Acredito que ele também é uma vítima do sistema, dessa estrutura que vivemos e que só alimenta o preconceito”, disse. A superintendência do Banco do Brasil no Estado de Mato Grosso ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

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  1. Preconceito e racismo acontecem todos os dias Brasil a fora, infelizmente. É simplesmente absurdo esses fatos acontecerem em pleno século 21, quando o homem já está no caminho das estrelas, mas aqui na Terra, em termos de respeito e dignaidade vivemos ainda na idade da pedra.

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