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, 21 maio 2024
 
 

“Conheci todos os prefeitos de Rondonópolis”

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João Valverde, na época que entregava leite na cidade
João Valverde, na época que entregava leite na cidade

Joao Valverde - casamento - 25-03-17

O aposentado João Valverde, de 75 anos de idade, que chegou há 58 anos em Rondonópolis
O aposentado João Valverde, de 75 anos de idade, que chegou há 58 anos em Rondonópolis

Prestes a completar 75 anos de idade, o aposentado João Valverde é mais uma das testemunhas oculares do crescimento de Rondonópolis, onde chegou em 31 de dezembro de 1958. Trata-se de um trabalhador que atuou nas mais diferentes profissões para garantir o sustento de cada dia e que tem guardado na memória os detalhes de uma época em que Rondonópolis era uma pacata cidade.
Ele nasceu na cidade de Guiratinga, sendo registrado em 17 de abril de 1942. É casado com Dulce Pereira Valverde, de 65 anos, e tem uma filha. Trabalhou em atividades como abertura de poços, pescador, fazenda, olaria e até no garimpo, sendo que nesse caso passou por Guiratinga, Paranatinga, Cuiabá e Serra de São Vicente. Contudo, uma das atividades em que permaneceu por mais tempo foi na construção civil.
João Valverde lembra que como ajudante de pedreiro atuou na construção de um posto de combustível ainda hoje existente no cruzamento da Rua Fernando Correa da Costa com a Avenida Bandeirantes. Ao todo foram 22 anos na construção civil, trabalhando como pedreiro em Rondonópolis, Cuiabá e Várzea Grande. Nesse período, ele trabalhou por 3,5 anos na construção do Caiçara Tênis Clube, onde depois ficou por 2,5 anos como segurança noturno.
Ao ficar desempregado, o pioneiro conta que teve de catar latinhas nas ruas para sobreviver e, depois, vendeu leite in natura nas ruas por cerca de nove anos. Ele está aposentado há 10 anos. Após enfrentar uma depressão, recentemente, passou a participar das conferências municipais do Idoso e da Assistência Social. Atualmente é conselheiro do Conselho Municipal da Assistência Social e também participa do Grupo da Terceira Idade dos bairros Conjunto São José e Cidade Alta.
Na área política, Valverde se gaba do fato de ter conhecido todos os prefeitos do município. “O primeiro prefeito nomeado de Rondonópolis foi o Rosalvo Farias. Depois entrou o Daniel Martins Moura, que é primo primeiro do meu pai, e na sequência veio o Luthero Lopes…”, recorda. Ao longo da vida política do município, conta que foi com o ex-prefeito J. Barreto que teve maior contato, pois foi um dos seus apoiadores.
Entre os fatos curiosos da história de Rondonópolis, o pioneiro lembra dos personagens que ficaram na memória daqueles que viveram antigamente na cidade, a exemplo da Maria Sete Voltas, Índio Malagueta, Cibalena, Nelson, Lau Doido e o “Ra-ra”, de quem revela ainda estar vivo e morar no bairro Serra Dourada, periferia da cidade.
João Valverde recorda ainda que, quando chegou em Rondonópolis, não havia táxi, ônibus circular ou mototáxi, mas charretes, alguns carros particulares e caminhões antigos. Para atravessar o Rio Vermelho, em um período, a partir da barra do ribeirão Arareau, atesta que era preciso recorrer a canoas. “Naquela época o Rio Vermelho enchia muito, teve ano que as águas chegaram onde era a Padaria Pão Gostoso, na Avenida Marechal Rondon”, diz.
Inclusive, o pioneiro repassa que onde era a Padaria Pão Gostoso virou o primeiro cinema da cidade, onde assistiu muito filme de faroeste. Depois surgiu o Cine Ipê, na Avenida Cuiabá e, na sequência, o Cine Avenida, onde é hoje a Igreja Universal. “A diversão na época eram os bailinhos, as brincadeiras de siriri e cururu. Tomava banho no Arareau e a gente via as piraputangas nadarem naquela água limpinha, na região da ponte da Rua Fernando Correa. Na ponte da Vila Jardim, tinha um poço grande e a gente ia tomar banho. Aquele tempo foi uma maravilha”, conta.
Durante os últimos 35 anos mora no bairro Conjunto São José, onde ele diz que foi o primeiro morador a assinar o contrato com o governo. “Rondonópolis hoje está uma cidade maravilhosa, muito grande, quase encontrando com a Vila Paulista. Antigamente onde é hoje a Vila Aurora era fazenda… O único problema é que agora está muito violento. Naquela época que cheguei aqui, a gente saía para rua e não trancava a porta e ficava a noite inteira fora”, atesta.

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