As cidades de Jaciara, Itiquira, Alto Araguaia e Alto Taquari, localizadas na região polarizada por Rondonópolis, estão no ranking dos 10 municípios com maior concentração de raios no estado de Mato Grosso. As informações fazem parte de um estudo realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O estudo apresentado tem como alvo principal as mortes por raios no Brasil nos últimos 15 anos. Nesse período, a cidade de Mato Grosso com maior incidência de descargas elétricas atmosféricas foi Alto Araguaia, chegando a 14,37 raios por km² ao ano, seguido por São José do Xingu, com 13,63 raios por km² ao ano. Na região de Rondonópolis, Jaciara ocupou o 4º lugar, com 11,9 raios por km² ao ano, e Itiquira vem na sequência, em 5º lugar, com 11,81 raios por km² ao ano. A cidade de Alto Taquari está em 8º lugar no ranking, com 11,39 raios por km² ao ano.
De acordo com o ELAT, uma densidade de raios acima de dez é muito alta. A cidade de Rondonópolis, por sua vez, está com uma densidade de raios em torno de 9,99 raios por km² ao ano, também considerada alta, mas não estando no ranking das cidades de Mato Grosso com maior incidência de raios. Os dados acerca da incidência de raios foram obtidos com base no sensor orbital LIS (Lightning Imaging Sensor), avaliando um período de 15 anos.
O estudo mostra que, a cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre no Brasil. No país, caem 50 milhões de raios por ano e, de 2000 a 2014, foram 1.789 mortes. A maioria das mortes acontece durante o verão (43%) e a primavera (33%). São Paulo ocupa a 1ª posição com 263 mortes por raios em 15 anos e Minas Gerais ocupa a 2ª posição com 129 mortes no período. O estado de Mato Grosso registrou 97 mortes por raios nesse período, configurando em 7º lugar no ranking de mortes causadas por raios.
Os dados apontam que os locais nos quais as pessoas mais morrem por raios são dentro de casa (25% dos casos), praticando atividades agropecuárias (19%) e próximo a um veículo (11%). “Esses números mostram que mesmo dentro de casa existem riscos de ser atingido por um raio e é necessário que as pessoas fiquem distantes de objetos ligados à rede elétrica ou rede telefônica durante tempestades”, repassou especialista do ELAT.
O estudo informa ainda que caem em Mato Grosso aproximadamente 6,8 milhões de raios por ano, o que coloca o estado no 3º lugar no ranking geral de incidência anual de raios. Amazonas e Pará ocupam as primeiras posições, com 11 milhões e 7,38 milhões de raios por ano, respectivamente.
